Pobreza extrema pode atingir 850 milhões de pessoas este ano

250 milhões de pessoas empurradas para a pobreza este ano.
250 milhões de pessoas empurradas para a pobreza este ano. Direitos de autor AFP
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De  Ricardo Figueira
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Segundo o novo relatório da Oxfam, a pandemia, as guerras e a desigualdade devem empurrar mais 250 milhões de pessoas para essa situação este ano.

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O número de pessoas empurradas para a pobreza extrema a nível global, este ano, pode ser equivalente ao das populações combinadas de França, da Alemanha, do Reino Unido e de Espanha. Essa é a informação que está no relatório publicado agora pela ONG de combate à pobreza OXFAM.

Segundo esta organização, no final deste ano pode haver 860 milhões de pessoas espanhadas pelo mundo em situação de pobreza extrema, ou seja, abaixo do limiar fixado em um 1,9 dólares por dia. A pandemia, as desigualdades e as guerras deverão empurrar 250 milhões para esta situação durante o ano de 2022. África, Ásia e América Latina são as regiões do globo mais tocadas pela pobreza.

A pandemia é a causa principal desta subida nos números da pobreza extrema. Este fenómeno que atacou todos os aspetos da economia mundial desde há dois anos foi exacerbado pelas desigualdades e pela subida nos preços da alimentação causada pela guerra na Ucrânia. Tudo isto resultou num número bastante superior às estimativas feitas antes do aparecimento da Covid-19.

Desigualdades que persistem, se compararmos os países. Enquanto um pobre nos Estados Unidos gasta menos de 30% do orçamento em comida, esse número ronda os 60 por cento em países como Moçambique ou o Peru.

A ONG diz que, nos últimos dois anos, se perdeu o trabalho feito ao longo de décadas em termos de luta contra a pobreza. No relatório, mostra-se ainda indignada pelo facto de "biliões de dólares estarem nas mãos de um punhado de pessoas que nada fazem para contrariar a tendência".

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