Itália acolhe refugiados ucranianos com deficiência

Mekolai fugiu da Ucrânia e foi acolhido em Roma, Itália
Mekolai fugiu da Ucrânia e foi acolhido em Roma, Itália Direitos de autor EURONEWS
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De  Giorgia OrlandiEuronews
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Cerca de 50 famílias ucranianas tiveram a ajuda de uma ONG italiana para fugir à guerra no país e serem acolhidas em Roma. Em cada uma, há pelo menos uma pessoa portadora de deficiência.

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Graças ao trabalho da Arci Solidarietà, uma Organização Não-Governamental (ONG) italiana, a cerca de 200 pessoas conseguiram chegar, no início do mês, a Roma a salvo. Vieram da Ucrânia para fugir à guerra

Num hotel da capital italiana estão hospedadas umas 50 famílias e, em cada uma, pelo menos um membro é portador de deficiência. As limitações físicas foram um desafio acrescido à já difícil e longa viagem que os trouxe de zonas de conflito, onde mais que nunca vivam vulneráveis.

Num dos quartos, estão Mekolai e o filho. Ambos são cegos. Desde que a conflito começou, levaram um mês para deixar Mariupol com a família. Agora, em Itália e longe dos bombardeamentos tentam encontrar paz.

"Lembro-me de cada detalhe da nossa viagem e de cada som desta guerra. Mas se Deus decidiu que devia sobreviver, é porque a minha vida tem um propósito", diz Mekolai.

A fé ajuda-o a seguir em frente, mas os ataques de pânico com os barulhos mais altos são frequentes.  Ainda hoje Mekolai tem dificuldade em acreditar no que aconteceu e lamenta que o filho, aos 14 anos, tenha passado pelo qu já passou.

Os desafios da integração

Quase todos os que chegaram a Roma vêm do sudeste da Ucrânia, a parte do país mais atingida pelas forças russas. Quase todos conhecem amigos, vizinhos ou outros civis que ficaram para trás, por não conseguirem escapar.

Muitos pediram já apoio psicológico. Foi o caso de Margarita, que conseguiu fugir do Donbass, com o filho deficiente e a nora.

Diz-nos que as bombas que caíam nas proximidades chegaram a fazer levantá-la e cair no chão.

As fotografias que transporta mostram o estado de destruição em que ficou a casa onde habitava. Durante duas semanas, em plena guerra, a família de três pessoas viveu sem eletricidade, comida e água.

A equipa que os está a ajudar a estabelecer-se a Itália, ajuda também na integração de quem chega, um trabalho que, conforme nos revelam, nem sempre é fácil.

"Estas pessoas olham para Itália como um lugar transitório. Não sentem necessidade de se integrarem, de se incluírem, de conhecerem o país que os acolhe", confirma Mariangela de Blasi, responsável da ONG italiana por acolher estes refugiados.

O sentimento é comum, todos foram forçados a uma realidade que não escolheram e esperam um dia voltar à terra natal. Só ainda não sabem quando.

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