Antiga deputada diz que muitos russos são contra a invasão mas não dizem

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Nina Belyaeva fugiu da Rússia com medo de ser presa por estar contra a guerra

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Já longe da Rússia, Nina Belyaeva, antiga deputada do Conselho Distrital de Semiluksky, em Voronezh, na Rússia, nunca escondeu que era contra a ofensiva na Ucrânia. Condenou, nas redes sociais, a invasão.

Numa reunião do Conselho distrital, foi-lhe pedido por parte dos restantes deputados para que fosse clara sobre a guerra. A 22 de março, Nina disse em alta voz, na reunião: "Sou contra a decisão tomada pelo Presidente da Federação Russa e contra as ações no território do estado soberano da Ucrânia." E foi mais longe: "Considero o que o que está a acontecer é um crime de guerra.". 

Os deputados votaram e decidiram expulsar Nina Belyaeva da Comissão de Ética. Exigiram que as autoridades fizessem justiça. Na altura, a deputada partilhou na internet o vídeo do discurso. Diz ter recebido muitas mensagens de apoio.

"Quando dizem que 86% estão a favor, não acredito nessas percentagens, porque há muita gente que tem medo de dizer o que sente"
Nina Belyaeva
Antiga Deputada Distrital na Rússia

Nina Belyaeva conta que "não foram só pessoas de Moscovo ou São Petersburgo" que lhe enviaram mensagens. Mas também "de aldeias remotas, pequenas aldeias". Conta que lhe diziam "obrigada Nina, vou mostrar este vídeo aos meus familiares e amigos na minha aldeia. Vou dizer que há um deputado no nosso distrito que disse isto". 

A antiga deputada diz não acreditar nas sondagens que fazem aos russos sobre a guerra. "Quando dizem que 86% estão a favor, não acredito nessas percentagens, porque há muita gente que tem medo de dizer o que sente", diz. "Para o governo parece que as pessoas estão a apoiar a guerra, porque quem é contra fica em silêncio.", reitera. "O meu discurso ajudou a lançar o diálogo entre as pessoas.", conclui. 

Nina Belyaeva aconselhou-se com advogados e percebeu que o risco de ficar atrás das grades era enorme. Pediu asilo num país europeu, o qual prefere não revelar.

Para trás deixou o país onde nasceu. Saiu da Rússia, quase sem dinheiro, para recomeçar outra vida.

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