Recep Tayyp Erdogan aproxima-se do rival Mohamed bin Salman para salvar a economia turca. As duas potências islâmicas, geralmente em campos opostos, iniciam uma nova era nas relações bilaterais. Para trás fica o caso Khashoggi, jornalista saudita assassinado em Istambul
É o virar de uma página nas relações entre a Turquia e a Arábia Saudita. As duas potências islâmicas sunitas, com interesses opostos e rivalidades políticas regionais assumidas, tentam ultrapassar os diferendos.
O presidente turco, Recep Tayyp Erdogan, chegou na quinta-feira à Arábia Saudita onde se reuniu em Jeddah com o Rei Salman e com o príncipe-herdeiro e governante de facto, Mohamed bin Salman.
O encontro sela o fim do caso Khashoggi para Ancara. O jornalista Jamal Khashoggi, crítico do príncipe saudita, foi assassinado e desmembrado em 2018 no interior do consulado saudita de Istambul. Na altura, Edogan afirmou que o crime foi instigado pelas "mais altas instâncias" do reino.
Em janeiro deste ano Ancara decidiu suspender o julgamento à revelia de 26 suspeitos e transferir o caso para Riade.
Os interesses económicos são dominantes na visita do presidente turco à rica monarquia do Golfo. A Turquia sofre uma grave crise económica com a inflação oficial a rondar os 60 por cento num ano.