A Rússia não quer incluir os soldados do batalhão Azov na troca de prisioneiros e quer classificar o batalhão como "organização terrorista"
É o fim do principal foco de resistência à presença russa em Mariupol.
Após semanas entrincheirados na siderurgia Azovstal, 265 soldados ucranianos foram deslocados pelas tropas russas para áreas sob o seu controlo. Mais de cinquenta feridos graves foram levados para o hospital.
A Ucrânia fala de trocas de prisioniros, mas segundo a agência russa, Interfax, que cita o website do Ministério da Justiça russo, a duma estatal russa quer impedir que os soldados ucranianos do batalhão Azov sejam incluídos em qualquer troca de prisioneiros. O procurador-geral da Rússia pediu ao Supremo Tribunal para reconhecer o regimento Azov da Ucrânia como uma "organização terrorista".
O Supremo Tribunal da Rússia agendou a audiência para 26 de maio, informou a Interfax.
As forças russas esmagaram Mariupol, um grande porto no Mar de Azov, entre a Rússia e a Crimeia, com artilharia durante semanas enquanto algumas das mais ferozes guerras urbanas do conflito deixavam grande parte da cidade arrasada.
A ofensiva russa tem-se desenvolvido essencialmente nos últimos dias com ataques de artilharia e aéreos. Esta terça-feira, oito pessoas foram mortas em Desna, uma cidade a norte de Kiev que alberga um campo de treino militar.
No Donbass a ofensiva não tem tido avanços significativos. Nas áreas ainda sob controlo ucraniano, os soldados e a população preparam-se para enfrentar novos ataques do exército russo. Os civis do leste da Ucrânia procuram proteção. Abrigos para pessoas deslocadas, em cidades como Zaporijia, estão a ficar muito sobrecarregados.
Entretanto, a guerra continua em múltiplas frentes. O Kalush Ochestra, o grupo ucraniano que venceu o Concurso Eurovisão da Canção, anunciou em Lviv que vai leiloar o troféu para obter fundos para as forças armadas do país, que travam uma guerra que não mostra sinais de acabar em breve.