Futuro incerto para combatentes Azov

É incerto o futuro dos soldados ucranianos que durante semanas resistiram contra as forças invasoras russas na fábrica da Azovstal, na cidade de Mariupol. Desde segunda-feira, segundo o Ministério russo da Defesa renderam-se cerca de 960 combatentes.
Na Ucrânia são aclamados, na Rússia são classificados de criminosos nazis.
A vice-ministra ucraniana da Defesa, Hanna Maliar, afirma que regressarão a casa na sequência de uma troca de prisioneiros com o Kremlin, mas na Rússia há quem os queira ver julgados e executados.
Maliar diz que "essa é uma declaração política, concebida como propaganda interna, com vista aos processos políticos internos na Federação Russa. Do nosso lado, podemos dizer que o processo de negociação está em curso e que a própria operação de salvamento está em curso".
No Parlamento russo alguns deputados defenderam que a Rússia não deve incluir nenhum dos combatentes retirados da fábrica Azovastal numa eventual troca de prisioneiros.
Um sentimento aparentemente partilhado pelo presidente da Duma, Vyacheslav Volodin: "Os criminosos nazis não devem ser trocados. Eles são criminosos de guerra, e devemos fazer tudo para os levar à justiça".
Um grupo de deputados chegou mesmo a defender a suspensão da moratória da pena de morte em vigor na Rússia para aplicá-la aos integrantes do Batalhão Azov, que o Ministério Público russo quer que seja reconhecido, pelo Supremo Tribunal do país, como organização terrorista.
Na terça-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, "garantiu" que todos aqueles que se renderam "serão tratados de acordo com o direito internacional".