O pesadelo de quem não saiu da Ucrânia

Anelise Borges em reportagem em Bashtanka, no sul da Ucrânia.
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Habitantes de Kherson e Bashtanka relatam momentos de terror.

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Na ucrânia, os habitantes que não sairam do país relatam momentos de terror. Muitos deles, foram obrigados a abandonar as suas casas, como é o caso de Tolya e Aleksandr Yarish (Sasha), duas crianças que tiveram de fugir da sua aldeia, que está agora ocupada pelos russos.

Em conversa com Anelise Borges, jornalista da Euronews, Sasha chamou os russos de Orcs, personagens que conhecemos de filmes como, por exemplo, “O Senhor dos Anéis”. A mãe acabou por corrigi-lo e pedir que diga russos.

Tatiana Yarish recordou emocionada um episódio em que soldados russos entraram na sua casa com metralhadoras e lhe levaram o carro, ao mesmo tempo que diziam “que a paz esteja convosco”.

A cidadã ucraniana deu-lhes depois a resposta, que é transversal à opinião dos ucranianos.

“Antes de virem para a Ucrânia, tínhamos paz na nossa terra”.
Tatiana Yarish
Cidadã ucraniana

A mãe da criança relembrou ainda que “fez frente” aos russos e lhes disse para não voltarem e não assustarem os seus familiares. Os russos disseram ao vizinhos que voltariam e iriam falar com ela de forma diferente. Este foi o motivo que a fez abandonar a sua casa, juntamente com a família.

Aos 14 anos, também Tolya deixou para trás a sua bicicleta, amigos e memórias. Como dezenas de milhares que escaparam de Kherson e outras zonas que são agora controladas pela Rússia, onde se diz que as autoridades estão a trabalhar para reabrir escolas com um novo currículo russo. E onde os residentes que ficaram receberão passaportes russos, sinalizando a intenção de Moscovo de estabelecer uma base permanente em territórios ocupados. 

Sasha, à semelhança de muitos ucranianos, não acredita que isto vá durar. O menino de 9 anos foi claro quanto à sua opinião sobre o desfecho da guerra.

"Vamos ganhar, a guerra vai acabar, a Ucrânia vai ganhar!"
Aleksandr Yarish
Criança ucraniana

Mas quanto tempo demorará até isso acontecer? E terão as crianças como Sasha e Tolya uma oportunidade de crescer num país em paz? Estas são questões que ficam no ar.

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