Mulheres moçambicanas lutam contra violência

A LeMuSiCa apoia mulheres vítimas de violência doméstica
A LeMuSiCa apoia mulheres vítimas de violência doméstica Direitos de autor ALFREDO ZUNIGA/AFP or licensors
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ONG LeMuSiCa sensibiliza sociedade no centro do país para costumes que normalizam agressões

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Cenas de violência fazem parte do quotidiano de muitas mulheres em Moçambique, em especial nos meios rurais, onde as sociedades são marcadamente patriarcais.

Na pequena aldeia de Manhene, na província de Manica, perto da fronteira com o Zimbabué, a organização não-governamental LeMuSiCa, acrónimo de Levante-se Mulher e Siga o seu Caminho, colocou em marcha um projeto que visa dar poder as mulheres e sensibilizar a sociedade para a violência baseada no género. Uma agressão onde o inimigo está, por vezes, na própria casa e por vezes, dentro de cada um.

"Antes de começarmos a trabalhar com a LeMuSiCa, as mulheres não viam a violência como opressão. Elas viam esta violência como parte de uma cultura que, quando alguém se casa, qualquer dano que lhes seja feito é visto como normal, porque fazia parte de uma cultura", conta a coordenadora do Grupo de Mulheres de Manhene. Elisa Eduardo.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística de Moçambique, em 2020, mais de 15100 mulheres foram vítimas de violência no país, 4015 eram meninas. No entanto, a maior parte dos casos não chega a ser reportado às autoridades.

Mas esta realidade ultrapassa as fronteiras moçambicanas, como sublinha a diretora da LeMuSiCa, Achia Anaiva:

"Há violência em casa, na rua, em todo o lado. É o resultado do sistema que temos nesta província e em África. Um sistema patriarcal que na maior parte das vezes nos educa na ideia de que estas mulheres não têm voz, que estas mulheres não têm poder de decisão, que não têm nada de importante a fazer na vida. O problema de uma mulher é o problema de todas as mulheres. Defendemos esta luta para que as mulheres deixem a humilhação para trás, que aprendam sobre os seus direitos, que lutem por estes direitos, e para que haja igualdade de género."

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