Ucrânia perde organização do festival da canção devido à invasão russa em curso

Kalush Orchetra, da Ucrânia, no palco da Eurovisão, em Turim
Kalush Orchetra, da Ucrânia, no palco da Eurovisão, em Turim Direitos de autor Luca Bruno/AP Photo
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De  Francisco Marques
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Vencedora este ano, com uma esmagadora votação do público, a Ucrânia não reúne condições de segurança e a EBU viu-se obrigada a convidar o Reino Unido a receber o próximo festival Eurovisão

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Está confirmado: a próxima edição do Festival Eurovisão da Cancão não vai poder ser realizada na Ucrânia, país vencedor este ano através da animada música "Stefania", da Kalush Orchestra, que conquistou o prémio com uma esmagadora votação do público.

Em comunicado, a União Europeia de Radio e Televisão (EBU, na sigla anglófona) revelou ter analisado de forma objetiva as possibilidades de o próximo festival, como manda a tradição, ser organizado no país vencedor.

"A direção do Festival Eurovisão da Canção concluiu, com profundo pesar, que, dadas as atuais circunstâncias, as garantias de segurança e operacionais exigidas para uma estação de televisão organizar e produzir um festival da Eurovisão de acordo com as regras exigidas não podem ser cumpridas pela televisão pública da Ucrânia", lê-se no comunicado.

A EBU acrescenta que, "em resultado desta decisão, de acordo com as regras e para garantir a continuidade do evento", decidiu "iniciar conversações com a BBC", dado que o Reino Unido foi o segundo classificado este ano, com o tema "Spaceman", de Sam Ryder, o mais votado pelo júri em Turim, numa edição em que a portuguesa Maro acabou em nono.

Os promotores europeus sublinham ,no entanto, ter "a intenção de refletir na próxima edição do festival a vitória ucraniana" deste ano, garantindo tratar-se de "uma prioridade nas negociações com os eventuais anfitriões" do festival em 2023.

Fonte do governo britânico, citada pela BBC, assegura que o executivo de Boris Johnson está "recetivo a trabalhar com a Ucrânia e a BBC para organizar o festival no Reino Unido".

A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon,  entrou no debate e sugeriu Glasgow como possível cidade palco do festival. Um membro do Conselho Municipal de Manchester, Bev Craig, colocou também a cidade do norte de Inglaterra na corrida.

A vitória deste ano da Ucrânia iria permitir ao país ser palco do festival pela terceira vez, depois das edições de 2005 e 2017, mas a invasão sofrida pelas forças às ordens do Kremlin e ainda em curso impede ao país reunir as condições mínimas de segurança para ser palco de um evento desta envergadura.

Para o Reino Unido, poderá ser a nona vez que é palco deste festival de grande tradição europeia, cimentando a liderança do país que mais vezes organizou o evento, das quais pelo menos quatro assumindo a responsabilidade de outros países que haviam ganho no ano anterior.

A última vez que o Festival Eurovisão da Canção decorreu no Reino Unido foi em 1998, em Birmingham, após o triunfo de Katrina & the Waves.

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