Nova subespécie na Gronelândia relança esperança de vida dos ursos polares

Família de ursos polares caminham sobre um glaciar de água doce na Gronelândia
Família de ursos polares caminham sobre um glaciar de água doce na Gronelândia Direitos de autor Kristin Laidre via AP
De  Francisco Marques
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Estudo publicado esta semana revela as conclusões de anos de estudo sobre uma população isolada e já com diferenças genéticas perante a espécie nativa do Ártico

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Uma nova espécie de urso polar foi descoberta e identificada no sul da Gronelândia, por uma equipa de investigadores liderados por Kristin Laidre. O estudo é tema de capa da edição desta semana da revista "Science".

Os ursos polares, animais nativos do Ártico, são por norma dependentes do gelo marinho para caçar focas e por isso muito sensíveis ao aquecimento global, que está a provocar um degelo muito rápido e impor cada vez períodos mais longes sem gelo nos habitats destes mamíferos polares.

Esta subespécie, no entanto, vive isolada das demais na ponta sudeste da Gronelândia e parece estar adaptada a um escasso acesso ao gelo marinho, recorrendo ao gelo de água doce dos glaciares, tendo-se ajustado também ao terreno dos fiordes daquela região, que assim parece ser um possível santuário para espécie, embora limitado para acolher todos os indivíduos em risco.

"O grupo de ursos desta parte sudeste da Gronelândia é muito diferente geneticamente e distingue-se mais quando comparada com outras sub populações vizinhas do que com quaisquer outras populações", explicou Beth Shapiro.

A professor de biologia molecular evolutiva e coautora do estudo com Kristin Laidre fala de um "resultado genético incrivelmente forte" e que "indica um isolamento de longo prazo, efetivamente de pequeno tamanho, e com consanguinidade".

Esta nova subespécie de ursos polares foi estudada durante anos. Revelou uma adaptação única aos fiordes da Gronelândia.

A forma como se adaptou a viver sobre o gelo de água doce dos glaciares e a percorrer os fiordes na busca de comida parece garantir-lhe maiores possibilidades de sobrevivência perante o rápido agravamento das alterações climáticas e alarga a esperança a outras populações apesar da limitação do espaço.

O estudo permite conhecer a resiliência dos ursos polares perante o rápido aquecimento global, que tem vindo a afetar os polos e a provocar um degelo acelerado, que transforma por completo o habitat desta espécie única da região do Ártico.

Outras fontes • Science

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