Mergulhadores do Quénia tentam restaurar recifes de coral

Replantação de corais no Oceano Índico
Replantação de corais no Oceano Índico Direitos de autor Brian Inganga/Copyright 2022 The Associated Press. All rights reserved.
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Integrados no programa Reef Rangers, da Fundação Reefolution, mergulhadores instalam estruturas onde fixam os corais deslocados e em risco de morte

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Os mergulhadores no Quénia, integrados no programa Reef Rangers da Fundação Reefolution, estão a ajudar a restaurar os recifes de coral, plantando estruturas especiais para que os corais deslocados cresçam de novo.

Segundo Yatin Patel, que gere o projeto e coordena o programa Reef Rangers, a fundação tem vindo a plantar mais de 8.000 corais por ano e colocou cerca de 800 estruturas de recifes artificiais numa tentativa de recuperar os jardins de coral em Wasini.

"O coral atrai os peixes e lentamente os peixes estão a fazer ali as suas casas". Por isso, com certeza, o número de peixes aumentou nesta área aqui", afirma Patel.

Os corais são transplantados e nutridos de volta à vida em viveiros subaquáticos especialmente construídos, com armações feitas por trabalhadores da conservação na Fundação Reefolution. As armações são feitas de tubos de plástico e redes de aço estruturadas em pirâmide.

A fundação e a comunidade vizinha da aldeia de Mkwiro estabeleceram uma área marinha gerida localmente para restaurar os corais degradados e aumentar a resiliência costeira.

Mas os perigos para os corais são inúmeros, como refere o biólogo marinho, Peter Vodegel: "Temos diferentes tipos de arrastões, mas especialmente os grandes comerciais vindos da Europa ou da China são muito devastadores para o ambiente marinho. Outra prática prejudicial é a dragagem de areia porque com a extração de areia muitas nuvens de areia entram na coluna de água e as nuvens de areia podem atingir os recifes de coral e cobri-los, e os recifes de coral deixarão de receber luz solar ou oxigénio e morrerão".

A iniciativa dos corais da Ilha Wasini é uma entre muitas outras que pontilham o Oceano Índico, que começou após uma série de graves incidentes de branqueamento dos corais.

O branqueamento dos corais ocorre quando há temperaturas extremas em simultâneo com o brilho do sol, levando os corais a expelir as algas e morrer.

A prevalência de branqueamento maciço de coral diretamente ligado às alterações climáticas ao longo do Oceano Índico ocidental preocupa os cientistas há décadas e estão em curso estudos intensivos para compreender e mapear intervenções para conter o fenómeno.

Em março, o Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas alertou para as ameaças enfrentadas pelas nações costeiras e insulares africanas, alegando que poderá haver um colapso de corais no Oceano Índico Ocidental.

Mas, nem todos os conservacionistas estão convencidos de que este tipo de restauração de coral será bem-sucedido. De acordo com a própria experiência da Wildlife Conservation Society, é caro e muitos dos corais transplantados não sobrevivem.

A salvaguarda da vida dos Oceanos é o desafio que leva sete mil pessoas de 140 países a reunirem-se em Lisboa, durante uma semana, na Conferência dos Oceanos da ONU, coorganizada por Portugal e pelo Quénia.

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