Angola quer manter papel de relevo no setor energético

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De  Chris BurnsDinamene Cruz
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Segundo a Agência Internacional de Energia, Angola vai tornar-se no maior produtor de petróleo bruto da África Austral, e pode ser uma base para as energias renováveis.

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Segundo a Agência Internacional de Energia, Angola vai tornar-se no maior produtor de petróleo bruto da África Austral, e pode ser uma base para as energias renováveis, através de investimentos e medidas de apoio ao setor.

O governo angolano está a favorecer o investimento no setor energético para expandir a produção.

"Estamos a contar com a produção de base existente e com o desenvolvimento dos campos marginais e a exploração de áreas de desenvolvimento. E, claro, se esse sucesso acontecer, esperamos aumentar a produção acima de 1.100.000 barris de petróleo po dia", afirmou Paulino Jerónimo, presidente da Direção da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG).

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Paulino Jerónimo, Presidente da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis.(ANPG)LUSA

Nos últimos anos, o governo angolano adotou uma abordagem mais flexível ao nível da fiscalidade e da regulamentação. A empresa francesa Total Energies é o maior produtor de petróleo e gás no país. Está presente em Angola há quase sete décadas.

“Temos investido muito. Temos agora uma posição de liderança em Angola, representamos 45% da produção do país. É uma das nossas maiores filiais desde que atingimos as seis plataformas petrolíferas, seis grandes navios que produzem em profundidades de água entre os 1500 e os 2000 metros", sublinhou Olivier Jouny, diretor da Total Energies Angola.

A ExxonMobil é outra das grandes empresas do setor em Angola, presente há mais de um quarto de século. “Temos aqui a maior operação em águas profundas da nossa empresa. É muito importante ter estabilidade, estabilidade fiscal, jurídica e regulamentar. Angola tem sido capaz de oferecer essa estabilidade desde que estamos aqui", contou Melissa Bond, diretora da Exxon-Mobil Angola.

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A Total Energie é a maior produtora de petróleo em Angola.euronews

A formação profissional da mão-de-obra angolana

Os programas de formação profissional da empresa também deram frutos, nomeadamente a formação em operações offshore. "O nosso pessoal angolano fez formação técnica no estrangeiro. Estamos muito orgulhosos. Por termos feito esse investimento, atualmente, 92% da nossa mão-de-obra é angolana", frisou Melissa Bond.

Essa formação teve efeitos positivos noutras empresas de vários setores. "Hoje em dia, esses profissionais gerem bancos, gerem empresas privadas, basicamente ajudam o país a crescer como um todo", afirmou Edson dos Santos, presidente da Somoil.

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Melissa Bond, directora da Exxon-Mobil Angolaeuronews

O potencial da energia solar e hidráulica

Tal como noutras partes do mundo, as empresas do setor da energia de Angola querem virar-se para as energias renováveis para reduzir a pegada de carbono.

"Há claramente uma mudança para as energias renováveis. Por um lado, há a exposição solar. Angola tem uma das melhores exposições ao sol de África. E a segunda é a energia hidroeléctrica. Há muitos rios em Angola", sublinhou Edson dos Santos.

"Aqui em Angola, vemos em particular um potencial muito forte para a energia solar. Temos actualmente um projecto solar na cidade de Lubango, na província da Huíla, no sul de Angola, uma central de energia solar de 35 megawatts", disse Olivier Jouny, Director-Geral, Total Energies Angola.

O responsável afirma que a empresa está a tentar eliminar a queima de gás asociada à extração de petróleo. "Estamos empenhados aqui em Angola, nas nossas instalações, em reduzir essa queima", afirmou Olivier Jouny.

Uma política que o governo angolano também está a promover. "O nosso objetivo é chegar a queima zero dentro em breve", afirmou Paulino Jerónimo, presidente da Direção da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG).

Angola quer manter papel de relevo no setor energético

"A exposição solar é tremenda. A energia hidroeléctrica é outra oportunidade. Por isso, a nossa localização geográfica também ajuda. Angola tem todos os ingredientes para se tornar, verdadeiramente, numa superpotência energética, em África", concluiu Edson dos Santos.

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