Com a aproximação das tropas russas a Zaporíjia, uma curadora retirou várias peças valiosas de um museu para colocá-las em segurança.
Às portas de Zaporíjia, no rio Dnipro, a pequena ilha de Khortytsia guardou durante anos um tesouro incalculável para a Ucrânia: um museu recheado de quadros, armas e cerâmicas antigas, que Natalya Chergik tomou como missão defender.
Com a aproximação das tropas russas à cidade, a curadora decidiu encher um camião com as peças mais valiosas e fazê-las chegar a um porto seguro.
"Começámos a retirar os artigos a 23 de fevereiro quando soubemos que Putin tinha reconhecido as repúblicas autoproclamadas de Luhansk e Donetsk. A 24 de fevereiro, quando foi lançada a ofensiva militar na Ucrânia, começámos a empacotar as coleções para que fossem retiradas", conta Natalya.
Nos cinco dias seguintes, fez cerca de mil quilómetros sob a ameaça constante dos aviões de guerra que rasgavam o céu.
O exército russo foi parado a cerca de 40 quilómetros de Zaporíjia sem conseguir tomar o controlo da ilha-museu.
De acordo com a UNESCO, 175 espaços culturais ucranianos foram danificados desde o início da invasão russa.
Kiev estima que cerca de 100 museus nacionais e 17 mil objetos culturais do país se encontrem em territórios ocupados.