Primeira demissão no novo Governo de António Costa: Marta Temido está de saída

Marta Temido na Assembleia da República em abril de 2020
Marta Temido na Assembleia da República em abril de 2020 Direitos de autor AP Photo/Armando França
De  Francisco MarquesAgência Lusa
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Marta Temido alega que "deixou de ter condições para se manter" à frente do Ministério da Saúde. Depois de ter liderado o combate à covid-19, a governante cedeu à crise de profissionais nos hospitais

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A ministra da Saúde, Marta Temido, está de saída do XXIII Governo de Portugal. A ministra da pandemia entende que "deixou de ter condições" para continuar à frente do Ministério da Saúde e pediu esta segunda-feira a demissão. A saída foi aceite pelo primeiro-ministro António Costa.

"A ministra da Saúde, Marta Temido, apresentou hoje (segunda-feira) a sua demissão ao primeiro-ministro por entender que deixou de ter condições para se manter no cargo", dá conta uma nota enviada pelo ministério às redações já nas primeiras horas desta terça-feira.

Poucos minutos depois, um comunicado do gabinete do primeiro-ministro informou que António Costa "recebeu o pedido de demissão da ministra da Saúde". O chefe de governo "respeita a decisão e aceita o pedido, que já comunicou ao senhor Presidente da República", pode ler-se na mesma nota.

António Costa agradeceu "todo o trabalho desenvolvido" por Marta Temido, "muito em especial no período excecional do combate à pandemia da covid-19".

Na nota divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro acrescenta-se que o executivo "prosseguirá as reformas em curso tendo em vista fortalecer o SNS e a melhoria dos cuidados de saúde prestados aos portugueses".

É a primeira demissão no XXIII Governo de Portugal, eleito já este ano, com maioria absoluta do Partido Socialista. Temido deixa o executivo numa altura em que se agrava o atrito entre a tutela e os profissionais de saúde, que reclamam de falta de condições, no meio de diversos encerramentos de urgências hospitalares.

Um trabalho iniciado em 2018

Marta Temido iniciou funções como ministra da Saúde em outubro de 2018, sucedendo a Adalberto Campos Fernandes.

A ministra demissionária é doutorada em Saúde Internacional pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, mestre em Gestão e Economia da Saúde, pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, e é licenciada em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.

Foi ministra durante os três últimos três executivos, liderados pelo socialista António Costa.

Marta Temido também foi subdiretora do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa e presidente do conselho diretivo da Administração Central do Sistema de Saúde, assim como membro do conselho de administração de vários hospitais do Serviço Nacional de Saúde.

Durante os seus mandatos, Marta Temido esteve no centro da gestão da pandemia, que começou em 2020, mas também atravessou várias polémicas. Recentemente, o encerramento dos serviços de urgência de obstetrícia em vários hospitais por falta de médicos para preencher as escalas pressionou a tutela.

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