Países Bálticos apostam na energia eólica para combater a dependência energética da Rússia

Países Bálticos apontam no vento para combater a dependência da Rússia
Países Bálticos apontam no vento para combater a dependência da Rússia Direitos de autor AFP
De  Bruno Sousa
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Novo parque eólico nas águas do Báltico pretende aumentar sete vezes a produção de eletricidade até 2030

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Unidos contra a dependência energética da Rússia. Os países Bálticos apostam forte nos ventos da sua costa para não terem de andar ao sabor dos ventos políticos que sopram de Moscovo e anunciaram planos para aumentar em sete vezes a produção de energia eólica até 2030.

O anúncio foi feito após uma reunião na Dinamarca, onde a Rússia foi a óbvia ausente, e vai ao encontro dos desejos de Bruxelas. Para Ursula von der Leyen, também ela presente, "a chantagem de Putin com os combustíveis fósseis está a falhar uma vez que estamos a acelerar rumo à transição verde e a apostar na energia renovável, limpa, barata e local."

O objetivo dos países Bálticos passa por produzir 20 gigawatts até 2030, suficientes para fornecer eletricidade a 20 milhões de lares, e 93 gigawatts até 2050.

A medida junta-se aos planos de Bruxelas para reformar o mercado da eletricidade por forma a não estar dependente da flutuação de preços dos combustíveis fósseis.

A guerra energética trava-se em várias frentes e na Alemanha, a reunião do Conselho de Ministros contou com a presença do Presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez. Em cima da mesa, a construção de um gasoduto a a ligar península Ibérica ao resto da Europa.

O Chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou uma vez mais o apoio ao projeto: "Quero reiterar o meu apoio à criação desta conexão. Trata-se de melhorar as ligações na rede de gás europeia atuais mas a longo prazo trata-se de usar hidrogénio juntos."

Apesar das reticências iniciais, a França já prometeu voltar a analisar o dossier, uma vez que Espanha e Alemanha são aliados próximos. A curto prazo, o objetivo de Paris passa por convencer os franceses a apertar o cinto para chegar à redução de 15% no consumo proposta por Bruxelas.

Bruno Le Maire, Ministro da Economia de França, foi a voz da poupança:

"Devemos consumir menos energia em casa, nos transportes, no comércio, nas empresas, nos escritórios... Deve ser feito um compromisso coletivo para reduzir o consumo de energia."
Bruno Le Maire
Ministro da Economia de França

Apesar do apelo, a França está relativamente protegida da ameaça energética russa uma vez que mais de 70% da eletricidade que consome é produzida em centrais nucleares francesas. Ainda assim, a produção é limitada pela antiguidade dos reatores e impõe-se uma renovação das infraestruturas.

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