União Europeia procura acordo sobre os vistos para turistas russos

Ministros dos Negócios Estrangeiros da UE
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A suspensão dos vistos para os turistas russos em toda a UE, é o principal tema da reunião dos Ministros dos Negócios Estrangeiros, em Praga.

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Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia iniciam a reunião em Praga divididos quanto aos vistos turísticos para cidadãos russos.

Há quem rejeite a ideia da interdição total, quem a defenda e quem já tenha começado a tomar medidas a nível nacional.

À chegada à reunião, o chefe da Diplomacia da Estónia, Urmas Reinsalu, defendeu: "Precisamos de aumentar imediatamente os custos da agressão para o regime de Putin. E poderíamos ir avançando lentamente nesse sentido, como fizemos com os sete pacotes anteriores de sanções, mas penso que o timing é crucial e a perda de tempo é paga com o sangue dos ucranianos".

Pekka Haavisto, o ministro finlandês anunciou: "A Finlândia vai agora, a partir de 1 de setembro, limitar o montante dos vistos turísticos para turistas russos, e estamos aqui a propor que ações semelhantes sejam tomadas por toda a União Europeia neste momento. Pensamos ser importante mostrar que - ao mesmo tempo, que os ucranianos estão a sofrer - o turismo não deveria continuar com normalidade, como habitualmente, que deveríamos ser mais restritivos com os vistos turísticos".

A Chéquia, que detém a presidência da UE, quer suspender um acordo de 2007 que tornou mais fácil para os turistas russos a solicitação de vistos, enquanto outros membros apelaram a uma proibição total de vistos.

Hungria, Luxemburgo e Áustria, pronunciaram-se contra a iniciativa.

"Não há lugar para o turismo", disse o Ministro dos Negócios Estrangeiros checo, Jan Lipavsky, aos repórteres, acrescentando que a medida "enviaria um sinal às elites em Moscovo e São Petersburgo", que agora estão livres para viajar.

"Não creio que a proibição de vistos seja uma decisão apropriada nas circunstâncias atuais", riposta o Ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Peter Szijjarto, cujo país tem mantido laços estreitos com o Kremlin.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros luxemburguês Jean Asselborn também protestou contra uma medida que afetará os russos comuns. "Não devemos ter uma nova cortina de ferro na Europa", disse, acrescentando: "Todos concordámos desde o início que esta era a guerra de Putin".

O seu homólogo francês propôs "distinguir entre os fazedores de guerra, antes de mais o presidente russo, a sua comitiva e todos aqueles que apoiam o seu esforço de guerra, e cidadãos russos, artistas, estudantes, jornalistas, por exemplo.

"Queremos e devemos continuar a ter ligações com estas pessoas", acrescentou a ministra francesa, Catherine Colonna, recordando que os oligarcas russos, sob sanções individuais, não virão "fazer as suas compras nem em França nem na Europa".

O seu colega austríaco, Alexander Schallenberg, disse que a UE não deveria "julgar categoricamente 140 milhões de pessoas" na Rússia.

A República Checa deixou de emitir vistos para os russos, com algumas exceções, no dia 25 de fevereiro, um dia depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia.

O governo alemão propôs um compromisso na terça-feira. Annalena Baerbock, que quer "reunir os diferentes pontos de vista" dentro da UE para encontrar uma solução europeia comum, disse: "Pode ser uma forma muito boa de dizer claramente que suspendemos os acordos de facilitação de vistos, que já não emitimos vistos múltiplos ou vistos plurianuais".

Este é o tema principal da agenda da reunião dos MNE europeus esta quarta e quinta-feira. 

Com posições tão díspares, o compromisso poderá não ser fácil, nem rápido.

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