Esmagadora maioria vota pela anexação das regiões ucranianas de Donetsk, Luhansk, Zaporíjia e Kherson à Rússia. Kiev e Ocidente classificam referendos de farsas
Mais de 90% dos residentes nas regiões de Donetsk, Luhansk,Zaporíjia e Kherson terão votado a favor da anexação à Rússia nos referendos, de acordo com os resultados parciais divulgados pelas autoridades nomeadas por Moscovo para as regiões.
O escrutínio ocorreu durante cinco dias nestes territórios, que constituem cerca de 20% da área da Ucrânia. Uma votação classificada por Kiev e pelo Ocidente como uma farsa, mas que para o Kremlin justifica a ação militar.
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que "salvar as pessoas dos territórios onde os referendos estão a ocorrer, é esse o principal objetivo da nossa sociedade e do nosso país."
As palavras de Putin não demovem Kiev que sublinha que estes referendos fraudulentos não alteram em nada a vontade dos ucranianos de defender a integridade territorial do país.
"O principal é que essas ações, essas decisões de Putin, não terão nenhuma influência na política, diplomacia e ações da Ucrânia no campo de batalha", frisou o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba.
A comunidade internacional fez saber que não vai reconhecer os resultados do alegado escrutínio. A União Europeia vai ainda mais longe e anunciou que haverá consequências para aqueles que participarem nos referendos que classificou de ilegais e ilegítimos.
O Parlamento russo deve aprovar, nos próximos dias, um documento para formalizar a anexação das quatro regiões ao país.
Entretanto, o antigo presidente russo, Dmitry Medvedev reiterou, esta terça-feira, a ameaça de que caso seja necessário, a Rússia irá recorrer a armas nucleares na guerra da Ucrânia para defender a integridade territorial do país.