Bruxelas fala em "ato inaceitável" sem denunciar a Rússia
Está a tornar-se cada vez mais claro para a Europa que na origem das fugas nos gasodutos Nord Stream I e Nord Stream II está um acto de sabotagem. As fugas foram detetadas no início desta semana, depois de várias explosões registadas em águas da Dinamarca e da Suécia. Apareceram simultaneamente nos dois tubos do Nord Stream I e num dos dois tubos Nord Stream II, que nunca foi utilizado, mas que tinha gás para manter a pressão. De acordo com a imprensa alemã, os dois gasodutos podem ficar permanentemente inutilizáveis.
Para Mette Frederiksen, a primeira-ministra da Dinamarca, "não se tratou de um acidente porque foram observadas várias explosões num curto espaço de tempo em vários gasodutos".
Magdalena Andersson, a primeira-ministra da Suécia, disse que "com base na na informação dos governos de Estocolmo e Copenhaga, a conclusão é que se tratou de um ato deliberado e provavelmente uma sabotagem".
Bruxelas também denuncia "um ato inaceitável de sabotagem contra as infraestruturas energéticas da Europa".
Ninguém acusa diretamente a Rússia, mas tudo aponta nessa direção. Moscovo, que apelou a uma reunião urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, nega as acusações . O porta-voz do presidente Putin falou de "suspeitas absurdas", e o ministério dos Negócios Estrangeiros acusou o presidente dos Estados Unidos e disse que as empresas americanas são as que mais beneficiam com a situação.
As investigações continuam. A Noruega, que está a exportar mais gás e petróleo do que nunca para a União Europeia, intensificou a vigilância das infraestruturas energéticas. A Dinamarca já garantiu que não será possível entrar na área danificada durante duas semanas.