Contrariamente ao divulgado nas redes sociais, as Forças Armadas da Alemanha não terão poderes reforçados e não teremos tropas a patrulhar as ruas do país
A guerra na Ucrânia levantou questões sobre a segurança da Europa e levou vários países a reforçar o investimento no setor militar. A Alemanha foi um deles, mas isso não quer dizer que a partir deste sábado se vejam tropas a patrulhar as ruas do país, como tem vindo a ser divulgado nas redes sociais.
Na internet encontram-se várias publicações que garantem que a partir de 1 de outubro as Forças Armadas teriam uma "espécie de Gestapo" para evitar qualquer perturbação nas ruas.
A informação falsa teve origem em junho num site alemão que se dedica a relatar informações que os outros remetem ao silêncio, expressão dos próprios, e foi bastante divulgada por órgãos de propaganda russa.
Nasceu em torno da especulação sobre um comunicado das Forças Armadas da Alemanha, que anunciava uma restruturação para 1 de outubro.
A restruturação é real e prevê a criação de um novo organismo responsável pela gestão territorial, mas também pela gestão das tropas dos aliados da NATO no país, por exemplo.
Trata-se de uma questão de centralização dos poderes, que nada tem a ver com a intenção de colocar patrulhas militares nas principais cidades do país. Contrariamente ao que tem vindo a ser divulgado online, o poder das Forças Armadas não será reforçado.
A lei alemã permanece inalterada e apenas prevê a presença de tropas nas ruas em cenários de catástrofe natural ou quando a ordem democrática estiver ameaçada.
A Alemanha argumenta que esta restruturação irá ajudar o país a preparar-se melhor para situações de crise na sequência da pandemia de covid-19 e das cheias devastadoras do verão passado.
Nada sugere que o novo organismo tenha por objetivo evitar perturbações populares ou que a utilização de patrulhas militares nas ruas alemãs se venha a tornar um acontecimento regular.