Rocinha entre Lula e Bolsonaro a três dias das eleições no Brasil

Rocinha descai para Lula, mas voto à direita cresceu nas últimas presidenciais
Rocinha descai para Lula, mas voto à direita cresceu nas últimas presidenciais Direitos de autor Silvia Izquierdo/AP
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De  Teresa Bizarro com AP
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Marior favela do Rio de Janeiro parece dar vantagem a Lula, mas os apoiantes de Bolsonaro são determinados

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Na encosta do Rio de Janeiro, a maior favela carioca faz mais do que olhar o Atlântico. A Rocinha é casa de muitos dos brasileiros que vieram do interior à procura de trabalho e de uma vida melhor. Brasileiros que não conseguiram sair da pobreza e que em tempo de eleições podem fazer a diferença.

O voto é obrigatório até aos 70 anos. Maria Luiza Alves já ultrapassou a fasquia, vira as costas à política e explica porquê. 

"Eu não voto mais, não" declara de imediato à repórter que a interpela na rua. "Não? Porquê?," questiona a jornalista. Maria Luiza desfia o desencanto com os pretendentes ao Palácio do Planalto: "enquanto o Bolsonaro e o Lula ficam se escafiando, eles tinha de se sentar e trabalhar num projecto para tirar o nosso país da pobreza, da miséria. Porque as pessoas passam fome. É um pobre ajudando o outro porque se depender deles, eles não vão ajudar," explica.

Nas ruas, como nas sondagens, o favoritismo parece estar ao lado de Lula. O candidato do PT evoca melhores tempos. 

"Bolsonaro nada fez por mim," desabafa Fernanda Gomes atirando que o atual presidente só dá aqueles que já têm. Esta mulher, mãe de 4 crianças, lembra que "na época do Lula a gente pode comprar uma televisão melhor, o pobre pode dar uma entrada num carro. A educação era um pouco melhor, ele deu alguns benefícios".

Na favela, os apoiantes de Bolsonaro são menos visíveis, mas determinados.  

"Bolsonaro, independentemente das suas fraquezas, defende a família," diz William Oliveira. Este ativista da Rocinha considera que este é um "tema muito importante" para o debate.

O Brasil vai a votos este domingo. Nas sondagens, Lula termina a campanha mais de 10 pontos de vantagem sobre Bolsonaro. Esta sexta-feira já não há comícios, debates ou tempo de antena na rádio e na televisão. É o último dia para a publicação de anúncios na imprensa escrita e distribuição de propaganda na rua.

Editor de vídeo • Teresa Bizarro

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