"Como é que Bolsonaro elegeu tantas pessoas no Congresso e não ganhou"

Apoiantes do Presidente celebram afirmação do "bolsonarismo"
Apoiantes do Presidente celebram afirmação do "bolsonarismo" Direitos de autor AP Photo
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Brasil vai ter de enfrentar uma segunda volta eleitoral para escolher o novo presidente. Analista de Oxford fala de um duelo entre "inimigos políticos" e da desconfiança do eleitorado

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O Brasil precisa de enfrentar uma segunda volta eleitoral para escolher o novo presidente. Lula da Silva e Jair Bolsonaro vão continuar o duelo da campanha por mais quatro semanas.

Preveem-se mais discursos ferozes e acusações de parte a parte numa clivagem política que parece irreconciliável, num país armado como nunca, em democracia.

A analista política Andreza Aruska de Souza Santos considera que, "em vez de adversários políticos, existem neste momento inimigos políticos". "Por isso, percebo que isto vai aumentar", antecipa a diretora do Programa de Estudos Brasileiros, na Universidade de Oxford.

Andreza Santos destaca "um segundo aspeto": "Bolsonaro elegeu muitos ex-ministros e fez realmente um Congresso para a extrema-direita".

"Isto está a criar mais desconfiança entre os seus seguidores, que se perguntam como é que Bolsonaro elegeu tantas pessoas no Congresso e ainda assim não ganhou a primeira volta. Portanto, esta suspeita de fraude eleitoral está a ganhar ainda mais força no Brasil", afirma a analista, em declarações à Euronews.

A bipolarização promete acentuar-se depois de mais de 90% dos votos se terem concentrado nos dois principais candidatos, o que lhes dá uma margem de crescimento reduzida.

"A probabilidade de que alguns dos votos dos indecisos ainda vão para Lula é maior, mas, mais uma vez, Bolsonaro tem um número tão grande de pessoas que votam nele sem declararem o voto que acho que os analistas e cientistas políticos de todo o mundo terão realmente de esperar para ver", diz Andreza Santos, assumindo ser "muito difícil dizer quem vai ganhar estas eleições".

A segunda volta está marcada para 30 de outubro. Até lá, muito vai acontecer. O clima é muito tenso e o receio de agitação crescente muito forte.

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