Na República Sprszka, entidade sérvia na Bósnia, a oposição continua a reclamar vitória e exige a recontagem dos votos.
O partido da oposição na Republika Srpska, a entidade sérvia na Bósnia, fala em fraude eleitoral nas eleições gerais de domingo. A candidata do Partido do Progresso Democrático, Jelena Trivić, continua a acreditar que não perdeu o escrutínio e quer uma recontagem dos votos.
Trivic e Milorad Dodik, o atual líder político bósnio-sérvio, tinham declarado ambos, no domingo, vitória nestas eleições. Mas dados preliminares, anunciados pela Comissão Nacional de Eleições, apontam o político pró-russo como vencedor com 49 por cento dos votos contra 42 da sua adversária. A contagem não estava ainda fechada.
Um dos correspondentes da euronews em Sarajevo explicava que há mudanças no panorama político adminstrativo no país. "Espera-se que os líderes moderados, bósnio e croata, entrem para a presidência bósnia de três membros, enquanto uma aliada próxima do líder bósnio-sérvio pró-russo, Milorad Dodik, se tornará, provavelmente, no primeiro membro feminino da presidência", referia Stefan Goranović.
Mas, e apesar do sucesso da oposição neste escrutínio, o referido jornalista acrescentava que "muitos analistas acreditam que os partidos nacionalistas continuarão a ser dominantes nos parlamentos nacionais e regionais do país".
As irregularidades eleitorais, relatadas, e o facto de algumas pessoas terem sido detidas por fraude eleitoral, não altera a perceção de "dirigentes, e alguns observadores", de "que a votação decorreu um pouco melhor do que nas eleições anteriores, na Bósnia", frisava Goranović.
Ao mesmo tempo, a Bósnia-Herzegovina atravessa a pior crise política desde que terminou a guerra, em 1995. Crise impulsionada por "políticas separatistas da liderança sérvia e ameaças de bloqueios por parte de partidos políticos representativos dos croatas bósnios", concluia Stefan Goranović.