Lukashenko decidiu apresentar uma medida geral de combate à inflação, proibir que todo o comércio aumento o preços dos produtos
O Presidente da Bielorrússia, Alexandr Lukashenko ordenou a proibição de qualquer aumento de preços para combater a inflação naquela ex-república soviética aliada da Rússia.
"A partir do dia 6 de outubro, é proibido aumentar os preços do que quer que seja. Pro-i-bi-do!", declarou Lukashenko, de 68 anos, numa reunião do Governo, citado pelo serviço de imprensa da Presidência da República.
"Não é a partir de amanhã, é a partir de hoje", insistiu. Segundo o responsável, esta decisão imediata deve permitir impedir um aumento de emergência dos preços por parte das empresas.
"Os preços atualmente são exorbitantes, estão a subir vertiginosamente. Precisamos de que não aumentem mais, em lugar algum", acrescentou Lukashenko, no poder na Bielorrússia desde 1994 e que reprimiu descaradamente em 2020 um movimento de contestação popular.
Habituado a fazer declarações polémicas, Lukashenko não explicou como é que essa proibição será aplicada, precisando apenas que "os ministros e os governadores" poderão autorizar "exceções".
A inflação na Bielorrússia, país onde setores inteiros da economia continuam sob o controlo do Estado desde o fim da União Soviética, atingiu em agosto 17,9% num ano, segundo dados oficiais.
"Os preços da carne, dos laticínios, das aves (...) estão a aumentar. Uma falta de ovos foi constatada nos últimos dias em Minsk", a capital, relatou Lukashenko, que dirigia uma quinta coletiva na era soviética e adora aparecer na altura das colheitas no país.
O chefe de Estado ameaçou hoje igualmente os empresários bielorrussos: "Senhores, não deixem nenhuma loja fechar, nenhum negócio, nenhum restaurante. Façam com que eles não saiam do mercado. Caso contrário, responderão por isso!".
Por fim, sublinhou que a inflação recorde que atualmente está a afetar muitos países está sobretudo relacionada com "as imprudentes sanções ocidentais" impostas a Minsk e Moscovo desde o início da ofensiva do Kremlin na Ucrânia.
Aliada da Rússia e fronteiriça com a Ucrânia, a Bielorrússia não está a participar diretamente na guerra russa, mas colocou o seu território à disposição das tropas russas, que o utilizaram para lançar uma das frentes da ofensiva e o usam desde então como base de retaguarda.