A madeira é a segunda riqueza do enclave angolano de Cabinda. A exploração é essencial para a comunidade mas as autoridades locais alerta para a ausência de replantação. Maior empresa do setor afirma já ter criado viveiros.
A floresta do Maiombe está em risco. Esta área rica em biodiversidade, com uma área de 36 mil quilómetros quadrados, estende-se por quatro países do sudoeste africano e faz parte da selva do Congo, a segunda maior do mundo depois da Amazónia.
A madeira é a segunda maior riqueza de Cabinda, depois do petróleo. As autoridades locais temem a sobre-exploração deste recurso natural.
O agente José Puaty, do Parque Natural do Maiombe, explica que “não há repovoamento da floresta”, que “as empresas madeireiras só tiram e já não remetem.” E lança o alerta: “depois, ficaremos sem madeira como estão os outros países.”
Mas nem tudo é mau. José Puaty sublinha que a exploração ilegal na área diminuiu desde que a fiscalização chegou à região.
A maior empresa madeireira a operar no enclave angolano, a Abílio de Amorim, afirma estar consciente do problema e ter tomado medidas para o futuro.
O gerente da empresa, Abílio Nunes, diz que foram criados viveiros de árvores para começar a plantar. Algo que deverá começar a ser feito ainda este ano.
O volume de produção da empresa ronda os 200 metros cúbicos diários, sete ou oito contentores para exportação. Cerca de 97 por cento da produção da empresa ruma ao exterior.
A exploração deste recurso promete continuar face a uma procura em alta. De acordo com a ATIBT, uma associação comercial que representa o setor da madeira tropical, as importações para a União Europeia, por exemplo, encontram-se atualmente em valores máximos dos últimos dez anos.