O renascimento da TAAG: companhia aérea de Angola tem nova chefia, rotas e aliança global

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De  Chris BurnsDinamene Cruz
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Com uma nova Direção, uma nova parceria com a Iberia, novos destinos no horizonte e uma firme aposta em fazer de Luanda um hub global para o transporte de mercadorias, o futuro da TAAG promete.

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Nesta edição do Business Angola vamos visitar a Companhia Aérea Nacional de Angola, a TAAG, uma empresa com mais de 70 anos de história na aviação.

À semelhança de muitas transportadoras, a TAAG está a ultrapassar uma transformação para fazer face aos desafios dos novos tempos. Com uma nova Direção, uma nova parceria com a Iberia Airlines, novos destinos no horizonte e uma firme aposta em fazer de Luanda um hub global para o transporte de mercadorias, o futuro da TAAG promete.

A Iberia foi um bom negócio porque, de facto, Angola, a TAAG, precisa de aparecer e de figurar, pela primeira vez, na cena internacional.
Eduardo Fairen, Diretor-executivo da TAAG

Estamos num voo doméstico da TAAG, com partida da capital angolana, Luanda, para a cidade de Uíge, situada numa região, com o mesmo nome, predominantemente agrícola e mineira. Uíge é um dos 14 destinos da companhia aérea em Angola, juntamente com uma dezena de destinos internacionais, até ao momento.

Os passageiros notam a diferença na nova TAAG, a sigla para Transportes Aéreos Angolanos.

António Oliveira, comerciante de diamantes, está a caminho de uma reunião no Uíge e gosta de já não ter de conduzir mais de quatro horas para lá chegar. 

“São apenas 45 minutos, de Luanda ao Uíge. Eu acho que é melhor viajar assim porque as pessoas podem fazer coisas de forma muito rápida", afirma o empresário.

Não apenas de forma muito rápida, mas com conforto. 

"O atendimento também está a melhorar. O progresso é visível. Todos podem ver que a TAAG está a progredir. Até nos serviços, e nos preços. Acho que estão no bom caminho", acrescenta.

O novo diretor-executivo da empresa, Eduardo Fairen, não podia ficar mais satisfeito com estas palavras. Com décadas de experiência na gestão de companhias aéreas na América Latina e Espanha, o executivo e a sua nova equipa estão a transformar a TAAG.

"Tive a oportunidade fantástica de lançar companhias aéreas de sucesso e também de reestruturar transportadoras mais antigas. Tive também a oportunidade de ter colaborado, e de apreciar a colaboração, com equipas fantásticas que nos permitem alcançar esses objetivos. Estamos todos alinhados com o objetivo muito simples: queremos jogar no campeonato."

Para isso, uniram-se à Iberia firmando um acordo de partilha de códigos nas suas rotas. Tendo obtido de novo certificação total por parte das entidades reguladoras europeias, a aliança com a transportadora espanhola é um impulso significativo para a TAAG espalhar as suas asas por todo o mundo.

"A Iberia foi um bom negócio porque, de facto, Angola, a TAAG, precisa de aparecer e de figurar, pela primeira vez, na cena internacional", afirma Eduardo Fairen.

O acordo permite à TAAG explorar o hub da Iberia em Madrid, ligando a empresa ao mundo.

Segundo John Strickland, Diretor na JLS Consulting e consultor de empresas de aviação, “a parceria com a Iberia significa que a TAAG pode ter acesso não apenas a um maior número de destinos na Europa, mas também na América do Norte e do Sul. Ambas as empresas ficam definitivamente a ganhar. A parceria não envolve nenhum custo avultado, ambas as companhias aéreas adquirem maior presença a nível international.”

“Vai melhorar muito o acesso tanto para os negócios, o comércio e o turismo, quanto para os próprios cidadãos de Angola, muitos dos quais vivem na Europa e querem viajar para casa,” acrescenta.

Entretanto, Angola está a transformar-se num importante hub em África, com a construção de um novo aeroporto na capital, Luanda, que deverá abrir no final do próximo ano.

O aeroporto António Agostinho Neto, em homenagem ao primeiro presidente do país, irá ter capacidade para receber 15 milhões de passageiros por ano.

“Este será provavelmente o único hub na África Ocidental em operação, porque o mais próximo poderá ser Dakar ou Casablanca. E no sul, Joanesburgo, na África so Sul, fica a 4 horas daqui,” explica o diretor-executivo da TAAG. 

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É por isso que a TAAG já está a adicionar voos para expandir o seu alcance. Mais voos para Moçambique, Namíbia e Brasil, além de Cabinda em Angola, para responder à procura do mercado.

A privatização da TAAG está também no horizonte próximo. A sua conclusão está prevista para 2025, o que poderá ajudar a empresa a obter o capital necessário para a sua expansão.

Para esse fim, a confiança do investidor "é fundamental", diz o consultor John Strickland. “A TAAG tem à frente uma boa oportunidade de crescer no futuro e desde que os investidores tenham confiança na viabilidade da gestão comercial das operações, a empresa pode atrair fundos adequados para este plano de privatização.

Com a nova parceria e um maior alcance, a TAAG, uma das companhias aéreas nacionais mais históricas de África, está a apostar numa estratégia ambiciosa.

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