Que futuro para oito mil milhões de pessoas

Em 2050, 25% da população europeia deverá ter mais de 65 anos
Em 2050, 25% da população europeia deverá ter mais de 65 anos Direitos de autor Jae C. Hong/AP
Direitos de autor Jae C. Hong/AP
De  Teresa Bizarro
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

O dia em que a humanidade atinge mais um recorde de população é um mote para a reflexão sobre a evolução demográfica do mundo

PUBLICIDADE

8 mil milhões de pessoas a viver no planeta. Uma meta alcançada esta terça-feira nas contas da Organização das Nações Unidas. Os números redondos convidam à reflexão. Como é que aqui chegámos?Como vamos evoluir?

Os sinais da história mostram-nos que foram precisos milhões de anos para sermos mil milhões. A marca foi atingida já no século XIX, na sombra da revolução industrial e da inovação científica. Um período-chave que os demógrafos sabem explicar de cor.

"Explica-se com aquilo a que chamamos a transição demográfica, que é o processo que as sociedades atravessam com taxas de nascimento e morte muito elevados, natalidade e mortalidade muito elevadas," explica Arjan Gjonca, professor no departamento de Demografia e Políticais sociais da London School of Economics, sublinhando que "atualmente registamos uma natalidade e mortalidade muito baixas num grande número de países do mundo".

De acordo com as projeções das Nações Unidas, o crescimento demográfico vai abrandar sobretudo a partir de 2050 e deve atingir o máximo no final do século. Uma previsão que depende de vários fatores. A começar nas políticas sociais e de saúde, que têm impacto direto na taxa de natalidade, e a terminar nos desafios globais, especialmente as alterações climáticas.

A redução da fatia de população ativa e o envelhecimento dos cidadãos é já evidente em praticamente toda a Europa, América do Norte e alguns países asiáticos.

"Quem vai tomar conta dos idosos?"

Para Arjan Gjonca, "a assistência social é uma questão que a maioria dos países europeus enfrenta: quem vai tomar conta destes idosos? Mesmo onde culturalmente se assuma que as famílias vão cuidar deles, não há muitas famílias". O demógrafo dá o exemplo da China que "enfrenta já o facto de não haver irmãos, e um casal tem de cuidar de quatro idosos".

Nos próximos 30 anos, devemos ser mais 700 milhões de pessoas na Terra e África terá as maiores taxas de natalidade do mundo. A tendência da Europa é a oposta: até 2050, a população do continente deverá diminuir. Nessa altura, um em cada quatro europeus terá mais de 65 anos de idade.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

ONU preocupada com distribuição de água em Gaza

ONU abre investigação a explosão que feriu quatro funcionários no Líbano

Rússia veta resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre a Coreia do Norte