O grupo de mais de 230 pessoas, incluindo mulheres e crianças, já tinha sido rejeitado em Itália e agora mais de metade deverão ser deportados por não cumprirem os critérios de refugiado
Os mais de 230 migrantes resgatados pelo navio "Ocean Viking" no Mediterrâneo e que desembarcaram em França há uma semana, depois de terem visto fechados os portos italianos, começaram a receber as respostas aos pedidos de asilo na União Europeia.
Do grupo resgatado pelo navio de bandeira norueguesa ao serviço da ONG SOS Méditerranée e acolhido há uma semana em Toulon, pelo menos 123 pessoas viram os requerimentos de asilo rejeitados pelo governo francês.
O executivo liderado por Élisabeth Borne foi confrontado pela oposição, esta semana no Parlamento, nomeadamente pela extrema-direita, devido à decisão de acolher mais duas centenas de migrantes, que haviam sido rejeitados em Itália.
O ministro gaulês do Interior, Gérald Darmanin, sublinhou o facto de, com esta decisão, a França ter salvo "mulheres e crianças" de uma situação perigosa e descreveu os críticos como políticos sem preparação parta governar.
A decisão de França criou um atrito diplomático com Itália, motivando inclusive a suspensão da participação francesa no programa de partilha do acolhimento aos requerentes de asilo que continuam a chegar aos milhares todos os anos a território europeu.
A decisão francesa aconteceu numa altura em que na Europa se tem vindo a apertar ainda mais os controlos à entrada de migrantes.
Os líderes de Sérvia, Hungria e Áustria, por exemplo, acabam de assinar um novo memorando para reforçar os controlos na fronteira com a Macedónia do Norte, ponto de passagem na chamada rota dos Balcãs dos migrantes a caminho do norte da União Europeia.