A Organização Mundial da Saúde aponta os inúmeros riscos que correm milhões de ucranianos que deverão enfrentar o inverno sem eletricidade e sem água
Kiev enfrenta os primeiros mantos de neve, com os receios de não pode aquecer-se este inverno.
Devido aos ataques russos, metade das infraestruturas estão destruídas ou danificadas. O consumo de energia está reduzido ao limiar da sobrevivência. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para o risco que correm milhões de ucranianos.
O diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge, afirmou em conferência de imprensa: "Esperamos que mais 2 a 3 milhões de pessoas deixem as suas casas em busca de calor e segurança. Enfrentarão desafios de saúde únicos, incluindo infeções respiratórias como a Covid-19, pneumonia, gripe, e o grave risco de difteria e sarampo na população subvacinada. "
A população de Kherson já está a sentir os efeitos. Dez dias depois de os russos se retirarem da cidade, ainda não há água nem eletricidade. Quando a noite cai, por volta das 16 horas, Kherson mergulha numa escuridão gelada.
Uma mãe pergunta: "Como é que puderam fazer isto? Vocês são humanos e compreendem como se sentiriam sem água nem eletricidade. Fazerem isto de propósito. Não é ofensa que sinto, é raiva. Como puderam fazê-lo?".
O governo decidiu retirar civis de Kherson e Mikolaiv por receios de que as condições sejam demasiado severas para a sobrevivência ao inverno.
A situação é particularmente difícil também nas regiões de Kiev, Vinnytsia, Sumy, Ternopil, Cherkasy e Odessa. Há sítios onde as temperaturas chegarão aos 20 graus negativos.
Para além de todas as infraestruturas danificadas, a central nuclear de Zaporíjia, que costumava fornecer 25% da energia consumida na Ucrânia, está parada e em risco permanente de desencadear uma catástrofe nuclear devido aos sucessivos ataques.