Inflação e sacrifícios? Não nas batatas fritas belgas

Pão, cerveja e batatas fritas. Quando o preço de qualquer um destes três alimentos sobe, os belgas são dos primeiros a senti-lo no seu bolso.
As batatas fritas belgas, que passam por duas frituras em gordura animal, são o equivalente ao pastéis de bacalhau portugueses para socializar num bar com os amigos e família.
A inflação na Bélgica já ultrapassa os 12% e o proprietário de uma das mais famosas casas em Bruxelas faz as contas à vida.
"Espera-se 20-25% de aumento, nomedamente no preço da energia, que está cinco vez mais alto. O preço da gordura de vaca subiu 35%, o dos molhos 10% e o das batadas subiu cerca de 5%", disse Pascal Willaert à euronews.
Este aumento do custo de produção acabará por ser refletido no preço final para os consumidores.
Mas Bernard Lefevre, presidente da União das Friteries - que é como se chamam os pequenos quiosques - diz que é muito difícil para os proprietários tomarem a decisão de aumentar o preço, devido a razões culturais.
"Se o cone de batatas fritas aumentar 20 cêntimos, é muito mais dramático do que o facto da máquina de lavar louça passar a custar mais 160 euros. Não há uma ligação emocional com a máquina de lavar louça, basta comprar uma nova. Mas as batatas fritas na Bélgica são muito mais do que o que se come. Faz parte do nosso quotidiano e temos uma relação emocional", referiu Bernard Lefevre.
Afinal é uma tradição belga, quando chega o fim da semana, conviver à volta de uma bebida acompanhada destas batas fritas. Muitos vão pensar que outra poupança poderão fazer para não sacrificar este prazer.