Tribunal decreta 18 meses de prisão preventiva para Pedro Castillo

Pedro Castillo, presidente do Peru destituído e detido
Pedro Castillo, presidente do Peru destituído e detido Direitos de autor Martin Mejia/AP
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De  Maria Barradas com Agências
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O tribunal decretou 18 meses de prisão preventiva para Pedro Castillo, alegando risco de fuga do ex-presidente do Peru. O país está sob forte tensão

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No Peru prosseguem os protestos contra a destituição e detenção do presidente Pedro Castillo.

Já morreram oito pessoas e 200 ficaram feridas nos confrontos com as forças da ordem desde 7 de dezembro, o dia em que Castillo foi detido.

As manifestações ocorrem por todo país; em algumas regiões foi mesmo desrespeitado o estado de emergência decretado para restabelecer a calma.

Na capital, Lima, os manifestantes concentram-se junto à prisão onde o ex-presidente está detido e junto ao congresso, onde está a ser discutida a reforma constitucional com vista à realização de eleições no final de 2023.

Eleito há 17 meses, Pedro Castillo foi acusado de rebelião e conspiração, após ter tentado dissolver o congresso e governar por decreto. O tribunal prolongou a sua prisão preventiva por 18 meses, alegando risco de fuga. Se for julgado e considerado culpado, o ex-presidente arrisca até 10 anos de prisão.

Dezenas de apoiantes do presidente destituído acamparam fora da prisão onde se encontra detido para exigir a sua libertação.

Indígenas das regiões da selva amazónica do Peru, no centro e sudeste do país, juntaram-se também aos protestos.

Dina Boluarte, a ex-vice-presidente, que tomou posse como presidente após a detenção de Castillo, declarou na quarta-feira um estado de emergência nacional durante 30 dias.

Na quinta-feira, ela exortou o congresso a aprovar uma reforma constitucional que lhe permitirá antecipar as eleições previstas para julho de 2026 para dezembro de 2023.

Quatro aeroportos foram encerrados devido aos protestos, enquanto mais de 100 estradas em todo o país continuam bloqueadas.

Centenas de turistas ficaram retidos na atração mais popular do Peru, a cidadela inca do século XV Machu Picchu, depois de o serviço ferroviário para o local ter sido suspenso.

Até quinta-feira, dez jovens portugueses continuavam bloqueados no país, após terem sido impedidos pelos bloqueios nas estradas de chegar a Lima para apanharem o avião.

Os líderes do protesto afirmaram que voltarão a organizar novas manifestações esta sexta-feira, exigindo a libertação de Castillo, a demissão de Boluarte, o encerramento do Congresso e novas eleições.

Castillo chamou à sua prisão "injusta e arbitrária" e apelou às forças de segurança para "pararem de matar" os manifestantes.

Falando fora da prisão em Lima, onde Castillo está detido, a sua sobrinha Vilma Vasquez queixou-se de que os seus opositores políticos tinham montado uma campanha de difamação contra o ex-presidente mesmo antes de este tomar posse no ano passado, incluindo a tentativa de o ligar aos guerrilheiros maoístas do Sendero Luminoso, que causaram o caos no Peru nas décadas de 1980 e 90.

Antes da sua eleição, os detratores de Castillo tentaram pintá-lo como um comunista perigoso e simpatizante do Sendero Luminoso.

No entanto, Castillo argumentou que fazia parte das patrulhas camponesas que lutavam contra o Sendero Luminoso nas zonas rurais.

Castillo,um antigo professor de esquerda, presidiu os destinos do Peru  apenas 17 meses, um país propenso à instabilidade política, que vai no sexto presidente em seis anos.

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O seu curto período no poder foi marcado por uma luta com o congresso, dominado pela oposição, com seis investigações, principalmente por corrupção, sobre si e a sua família.

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