Organizações não-governamentais regressam ao Afeganistão

Conselheira nutricional afegã da Save the Children explica como alimentar uma criança
Conselheira nutricional afegã da Save the Children explica como alimentar uma criança Direitos de autor AP/Copyright 2023 The AP. All rights reserved.
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De  Nara Madeira com AFP, AP
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A Save de Children é uma das três organizações que regressa, parcialmente, ao trabalho no Afeganistão depois de três semanas de inoperacionalidade.

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As organizações não-governamentais International Rescue Committee, Save the Children e CARE retomaram, parcialmente, a sua atividade no Afeganistão. 

São, sobretudo, os programas relacionados com Saúde, Nutrição e Educação que voltam a realizar-se. As referidas ONGs dizem ter recebido, por parte dos responsáveis talibãs, a garantia de que as afegãs que trabalhavam para estes organismos internacionais poderão voltar a exercer as suas funções sem qualquer tipo de pressão.

International Rescue Committee pede apoio à ONU

Na sua página na internet o Comité Internacional de Resgate, em português, referia que o papel das mulheres no "setor humanitário no Afeganistão, e em todos os contextos" em que trabalham, "é uma necessidade operacional". Sem elas é impossível "avaliar com precisão as necessidades", dar o apoio necessário e criar programas adaptados.

"No último ano, o IRC apoiou mais de cinco milhões de afegãos. Estamos empenhados e ansiosos por reiniciar todos os programas de forma faseada, setor por setor, à medida que as aprovações para as trabalhadoras humanitárias forem concedidas e a sua segurança for garantida. O IRC tem procurado de forma pró-activa obter estas autorizações das autoridades competentes".
International Rescue Committee

A organização exortava a ONU a manter o compromisso assumido com as autoridades "de facto", de "forma coordenada, para restaurar o status quo" que permitirá aos trabalhadores humanitários locais trabalharem de forma "segura e eficaz", para que todos os "afegãos possam ter acesso a assistência humanitária" que pode salvar vidas.

Save the Children International regressa ao trabalho

A Save de Children é outra das três organizações que regressa, parcialmente, ao trabalho no Afeganistão depois de mais de três semanas de inoperacionalidade. Decisão tomada depois de receberem "garantias claras e fiáveis das autoridades competentes" de que estas funcionárias poderão regressar ao trabalho de forma segura e "sem obstruções". Um responsável do organismo alertava para os desafios criados pelo facto das mulheres estarem impedidas de exercer as suas funções.

Em comunicado a Save the Children explicava que as afegãs representam 50% do seu pessoal no terreno e que, após as declarações de 24 de dezembro do ministro da Economia, o trabalho tinha sido suspenso. 

"A proibição das mulheres trabalharem em ONG - para além da crise humanitária existente - irá aumentar as necessidades das crianças (...). Significará que menos mulheres e meninas receberão apoio essencial; significará que mais crianças serão forçadas a trabalhar e casar devido à pressão (...)".
David Wright
Diretor de Operações da Save the Children

Talibãs bloqueiam "caminho" das afegãs

Em dezembro, as autoridades afegãs começaram por bloquear o acesso das mulheres às universidades públicas ou privadas. Isto apesar de terem garantido, quando assumiram o poder, que os seus direitos seriam respeitados.

Mais tarde, acabariam por decidir o fim do trabalho das mulheres afegãs com organizações não-governamentais por, alegadamente, algumas não respeitarem o código de vestuário. Isto apesar de, agora, garantirem que tudo se tratou de um mal-entendido.

De acordo com organizações internacionais a fome faz parte do quotidiano de metade dos 38 milhões de afegãos e três milhões de crianças estão em risco de subnutrição.

Outras fontes • Save the Children, International Rescue Committee, CARE

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