Presidente croata diz que UE não pode ser os "EUA da Europa"

Presidente da Croácia, Zoran Milanović
Presidente da Croácia, Zoran Milanović Direitos de autor AP Photo
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De  Nara Madeira com AFP, AP
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De visita a Budapeste, e ao lado da sua homóloga húngara, o presidente da Croácia lançou duras acusações à União Europeia.

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Os esforços da União Europeia para defender os padrões democráticos nos países membros ameaçam destruir o bloco europeu, quem o diz é o Presidente da Croácia. 

Zoran Milanović é contra os procedimentos da UE levantados à Hungria, ou seja, o congelamento de milhares de milhões de euros de financiamento devido a questões relativas a corrupção e por aquilo que chamou de "alegadas, violações das normas do Estado de Direito". De visita a Budapeste, Milanović criticou a UE por penalizar, financeiramente, a Hungria. 

Em conferência de imprensa, ao lado da sua homóloga húngara, Katalin Novák, o chefe de Estado croata afirmou ser "irritante" este tipo de relação, entre UE e Estados-membros. _"_Hoje é a Hungria, amanhã será um país maior, um país a quem será necessário «dar uma lição»", frisava acrescentando que antes "era a Polónia" que estava no centro das atenções, referia Milanović, demarcando-se, politicamente, do país. Hoje, e devido à "sua relação com a Ucrânia, a Polónia é fantástica (...)amanhã, estará de novo sob escrutínio", criticava o chefe de Estado.

Para o Presidente, que tem alimentado a reputação de ter um posicionamento pró-russo, que este nega, a União Europeia está a extrapolar os seus poderes sobre os estados membros e que terá sido isso, concluia o governante, que precipitou o Reino Unido para o Brexit. O chefe de Estado afirmava ainda que a UE não deve tornar-se nos "Estados Unidos da Europa".

Milanović ganhou as eleições presidenciais em finais de 2019, enquanto candidato Liberal e de esquerda, um contraponto ao governo conservador, atualmente, no poder, no mais recente Estado-membro da UE. Desde então, começou as críticas às políticas ocidentais, tanto em relação aos Balcãs como em relação à Rússia. Nos últimos meses, opôs-se, abertamente, à adesão da Finlândia e da Suécia à NATO e à formação de tropas ucranianas na Croácia, como parte da ajuda da UE ao país invadido.

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