Declínio populacional: além da China, quem mais?

A taxa de fecundidade e o envelhecimento são dois fatores cruciais na análise da evolução da população.
A taxa de fecundidade e o envelhecimento são dois fatores cruciais na análise da evolução da população. Direitos de autor WILLIAM WEST / AFP
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A China não está sozinha na diminuição da população. Por todo o mundo, vários países - inclusive lusófonos - estão a perder habitantes. Descubra quais

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A população da Chinacaiu, pela primeira vez em mais de 60 anos, de acordo com dados oficiais divulgados na semana passada. Mas não é caso único.

Oito países com mais de dez milhões de habitantes viram a sua população diminuir durante a última década. A maior parte deles são europeus.

A par da Ucrânia, cujo declínio demográfico está ligado à invasão russa, o número de pessoas em Itália, Portugal, Polónia, Roménia e Grécia está a decrescer. Como causa comum surgem as baixas taxas de fecundidade (número de nados-vivos por mil mulheres em idade fértil, por ano), o que significa que as mulheres estão a ter, em média, menos bebés.

Segundo o Banco Mundial, nestes Estados do sul e leste da Europa, cada mulher tem entre 1,2 a 1,6 filhos. Para que a população se mantenha estável, este indicador deve ser de 2,1.

A este fenómeno junta-se um enorme êxodo migratório, nomeadamente na Polónia, Roménia e Grécia.

AP Photo/Mark Schiefelbein
O declínio demográfico na China veio para ficar.AP Photo/Mark Schiefelbein

Itália, Grécia e Portugal são dos Estados-membros da União Europeia (UE) com a maior percentagem de pessoas com 65 ou mais anos - cerca de 22,5%.

Fora da Europa, o Japão assiste igualmente a uma queda da população, o que se deve, em grande parte, à baixa média, 1,3 filhos por mulher, e ao reduzido número de imigrantes. Para além disso, dados oficiais de 2022 revelam que mais de 29% da população nipónica tem mais de 65 anos. Entre 2011 e 2021, o país perdeu mais de três milhões de pessoas.

O mesmo acontece no Médio Oriente. Na Síria, a população tem sido devastada por uma guerra civil que perdura há mais de uma década e que já levou milhões a procurar refúgio noutros Estados. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos estima que cerca de 606 mil homens, mulheres e crianças tenham morrido no conflito.

O que reserva o futuro?

Apesar de ser o primeiro nos últimos 61 anos, o declínio demográfico na China veio para ficar. Prevê-se que esta seja uma tendência duradoura e que o país - atualmente o mais populoso do mundo - perca quase metade dos seus habitantes até 2100, passando de mais de 1,4 mil milhões para 771 milhões.

Na Europa, Alemanha, França e Espanha vão juntar-se a esta trajetória descendente. As suas populações vão começar a diminuir até 2060, apontam as projeções da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). 

A população da UE, como um todo, já começou a cair e, até 2100, assim continuará, prevê a Eurostat. O mesmo se vai passar no continente americano e na Ásia. Por exemplo, os brasileiros deverão passar dos atuais 215 para 184 milhões até ao final do século, de acordo com projeções da Organização das Nações Unidas. O Brasil vai então deixar o top dez dos países mais populosos do mundo.

África deverá ver os seus habitantes aumentar de 1,4 para 3,9 mil milhões, segundo o projeto Our World in Data. Estima-se que até 2100, cerca de 38% da população mundial habite no continente africano enquanto que, neste momento, vive à volta de 18%.

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