Revolta palestiniana agrava-se e Israel ameaça acentuar repressão ao terrorismo

Funerais de um palestiniano morto por soldados israelitas e o de israelitas mortos por um palestiniano
Funerais de um palestiniano morto por soldados israelitas e o de israelitas mortos por um palestiniano Direitos de autor AP Photo/Majdi Mohammed//AP Photo/Ariel Schalit
Direitos de autor AP Photo/Majdi Mohammed//AP Photo/Ariel Schalit
De  Francisco Marques
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Comité Ministerial de Segurança pretende facilitar o posse de armas aos israelitas perante os últimos ataques palestinianos, mas não só

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Israel e a Cisjordânia estão em sobressalto após o agravar das tensões israelo-palestinianas, sobretudo após a alegada operação antiterrorista israelita de quinta-feira, no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia, que terminou com sete mortos palestinianos que as autoridades hebraicas garantem tratar-se de terroristas.

Aos protestos palestinianos de sexta-feira, devido a essa operação israelita, sucedeu-se à noite um ataque armado contra uma sinagoga, em que morreram sete pessoas, no que está a ser descrito como "o maior atentado terrorista em Israel desde 2011", pelo jornal Times of Israel.

Na madrugada de sexta para sábado,  foram disparados roquetes da Faixa de Gaza para Israel, que geraram bombardeamentos de resposta sobre o enclave palestiniano.

No sábado, dois israelitas, pai e filho, foram feridos a tiro com gravidade por um palestiniano de apenas 13 anos, no bairro de Silwan, em Jerusalém. O atacante terá sido ferido por transeuntes e está sob detenção policial num hospital israelita.

Após este último caso, o primeiro-ministro israelita prometeu acentuar ainda mais as operações de repressão do alegado terrorismo palestiniano e o comité ministerial para os Assuntos de Segurança pretende inclusive facilitar o porte de armas de fogo aos israelitas.

As medidas foram aprovadas numa reunião realizada no sábado e devem ser discutidas hoje em Conselho de Ministros.

Quando os civis têm armas, podem defender-se por eles próprios.
Itamar Ben-Gvir
Ministro da Segurança de Israel

As medidas a ser discutidas pelo executivo este domingo incluem ainda "a revogação do direito à segurança social das famílias de terroristas que apoiam o terrorismo" e também "a recusa de cartões de identificação para famílias de terroristas que apoiam o terrorismo", anunciou o comité liderado pelo próprio primeiro-ministro israelita.

"Quem tentar ferir-nos, vamos feri-lo a ele e a todos os que o ajudem. Já realizámos muitas detenções de apoiantes de terroristas, colaboradores e instigadores. Mobilizámos forças e aumentámos a presença em diferentes zonas. Vamos selar e destruir as casas que abriguem terroristas de forma expedita para impor um custo extra aos que apoiam o terrorismo. Este processo já começou e está em curso", afirmou Benjamin Netanyahu

A nossa resposta vai ser forte, rápida e precisa.
Bnjamin Netanyahu
Primeiro-ministro de Israel

Perto da meia noite de sábado, já depois dos primeiros funerais das vítimas do ataque a uma sinagoga na sexta-feira, um outro palestiniano foi detido pelas autoridades israelitas quando supostamente tentava entrar, armado de uma pistola, no colonato judeu de Kedumim, nos territórios ocupados da Cisjordânia.

Ao mesmo tempo e pela quarta semana consecutiva, Telavive foi, este sábado, palco de mais uma manifestação de milhares de israelitas contra a reforma do sistema judicial anunciado pelo novo governo ultra-nacionalista e ultra-ortodoxo, liderado por Benjamin Netanyahu.

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