Lula propõe grupo de mediação para a paz na Ucrânia

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De  Teresa Bizarro
Chanceler alemão Olaf Scholz, à esquerda, cumprimenta o Presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, antes de uma reunião bilateral no Palácio do Planalto, em Brasília
Chanceler alemão Olaf Scholz, à esquerda, cumprimenta o Presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, antes de uma reunião bilateral no Palácio do Planalto, em Brasília   -  Direitos de autor  Eraldo Peres/AP

O chanceler alemão foi o primeiro líder europeu a subir as escadas do Palácio do Planalto, em Brasília, desde que Lula da Silva voltou a sentar-se a cadeira de presidente do Brasil. Entre os dois, uma agenda cheia de questões bilaterais e internacionais. A começar pela guerra na Ucrânia.

O Presidente brasileiro reconhece os esforços da Alemanha e outros países para evitar o conflito, mas propõe a criação de um grupo para mediar um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia. Lula dá como exemplo o G20, criado para ultrapassar a crise económica de 2008.

Para ultrapassar uma outra crise - a ambiental - Olaf Scholz prometeu um envelope de mais de 180 milhões de euros. "É uma soma importante" e "vamos continuar (a cooperar) neste sentido", disse o chanceler numa conferência de imprensa após o encontro com o presidente brasileiro.

Lula já sabe o que fazer com estes fundos e vai começar pela Amazónia. "Vamos tomar todas as medidas para pôr fim à mineração ilegal. Vamos tirar de lá os mineiros, e vamos cuidar do povo Yanomami, que precisa de ser tratado com respeito," declarou o presidente brasileiro.

A Alemanha já tinha anunciado no início deste ano que voltaria a reforçar o Fundo Amazonas, congelado em 2019 devido às políticas ambientais do mandato do Bolsonaro. "O Brasil é o pulmão do mundo. Se tiver problemas, todos nós temos de o ajudar", disse o chanceler alemão.

Olaf Scholz, acompanhado por uma delegação de empresários alemães, cumpriu no Brasil a última etapa de um pequeno périplo pela América Latina. Esteve também no Chile e na Argentina. Os três países visitados criticaram na ONU a invasão russa da Ucrânia, mas não adoptaram sanções contra Moscovo.