Camiões parados nas fronteiras entre a Polónia e a Bielorrússia

Filas de camiões nas fronteiras entre a Polónia e a Bielorrússia
Filas de camiões nas fronteiras entre a Polónia e a Bielorrússia Direitos de autor JANEK SKARZYNSKI/AFP or licensors
De  Maria Barradas com EFE
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Varsóvia bloqueou o trânsito de transportes de mercadorias entre a Polónia e a Bielorrússia, num conflito que se arrasta há duas semanas.

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A Polónia fechou o último posto fronteiriço que mantinha aberto com a Bielorrússia e agravou a tensão iniciada há quase duas semanas, após a condenação do jornalista de origem polaca, Andrzej Poczobut, pelas autoridades de Minsk.

O jornalista foi condenado a oito anos de prisão, acusado pelo regime de Alexander Lukashenko de "incitamento ao ódio" pelas suas atividades políticas.

O conflito começou por provocar o fecho de um dos dois postos fronteiriços para a travessia de mercadorias entre ambos os países, causando longas filas de espera no lado polaco de camiões que pretendiam entrar na Bielorrússia.

Minsk respondeu na semana passada com a proibição de camiões registados na Polónia entrarem no país por outras fronteiras que não as polacas e decidiu expulsar o oficial de ligação na fronteira.

A Polónia decidiu, então, fazer regressar os cônsules que mantinha nas cidades de Grodno, onde o jornalista foi condenado, e de Minsk.

A Bielorrússia deu um prazo até esta quarta-feira para que esses responsáveis abandonem o país.

Agora, o ministro polaco do Interior decidiu encerrar a derradeira fronteira que se mantinha aberta com a Bielorrússia, travando assim a circulação direta entre ambos os países.

Filas de mais de 60 horas

A interdição é só para transportes de mercadorias. Veículos ligeiros e peões podem circular entre os dois países.

De acordo com a Guarda de Fronteiras, o tempo de espera de veículos particulares na alfândega de Kukuryki era de cerca de 53 horas na terça-feira de manhã, mas receia-se que os atrasos cheguem a ser de 67 horas ao longo do dia.

A imprensa polaca local relata protestos de transportadores cujos veículos ficaram presos em ambos os lados da fronteira, e estima-se que possa haver quase 2.000 camiões presos na alfândega.

Relações fronteiriças tensas

As relações entre a Polónia e a Bielorrússia têm sido extremamente tensas desde que Varsóvia acusou diretamente Lukashenko de estar por detrás da crise migratória que teve lugar entre 2021 e 2022, quando milhares de migrantes se acumularam ao longo da fronteira polaca durante várias semanas.

Como resultado, a Polónia decidiu construir um muro guardado que se estende por cerca de 180 quilómetros ao longo da fronteira. A 9 de novembro de 2021, a passagem de Kuznica, o ponto de passagem mais movimentado e mais importante entre os dois países, foi encerrada.

Nos últimos anos, um grande número de exilados políticos do regime de Lukashenko refugiaram-se na Polónia e estima-se que mais de 50.000 deles residam atualmente na Polónia, mais do dobro do que em 2020.

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