Naufrágio ao largo da costa italiana deixa pelo menos 62 mortos

Naufrágio aconteceu ao largo da costa italiana.
Naufrágio aconteceu ao largo da costa italiana. Direitos de autor Giuseppe Pipita/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
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Em Itália, mais três corpos foram recuperados, na manhã desta segunda-feira e as autoridades estimam que dezenas de pessoas continuem desaparecidas.

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Naufrágio mortal ao largo da costa da Calábria, no sul de Itália. Pelo menos 62 migrantes perderam a vida, este domingo, após o barco de madeira em que seguiam se ter partido, devido ao mau tempo. 

Entre as vítimas mortais, conta-se um recém-nascido e cerca de duas dezenas de crianças. As buscas continuaram durante toda a noite e mais três corpos foram recuperados esta manhã, de acordo com a agência de notícias Ansa. Quatro alegados traficantes estão já a ser investigados, e pelo menos três já terão sido detidos. 

Gaetano Lombardo, da polícia italiana, salientou que "durante as operações foi identificado um alegado traficante, através do trabalho de uma patrulha Carabinieri", referindo que estão atualmente em curso investigações para apurar "a responsabilidade de outros três alegados traficantes, também de nacionalidade turca, que se encontram atualmente em fuga". 

Na embarcação, seguiriam entre 100 a 200 pessoas, de acordo com os 80 migrantes resgatados com vida.

O ministro do interior de Itália, Matteo Piantedosi, já visitou o local. O governo de extrema-direita de Giorgia Meloni já prometeu travar o fluxo de migrantes, aplicando, nos últimos meses, uma política cada vez mais dura em relação às migrações.

A chefe do executivo italiano expressou o seu "profundo pesar" pelas mortes e atribuiu a culpa aos traficantes, reiterando o compromisso de prevenir estas tragédias às portas do país. 

O Parlamento italiano aprovou recentemente uma lei que força os barcos de salvamento a fazer apenas uma operação de resgate por missão, o que poderá ser prejudicial e aumentar o número de vítimas mortais, em situações semelhantes a esta.

Corpos das vítimas transportados para cidade de Crotone

Os corpos das vítimas estão a ser transferidos para um estádio desportivo na cidade mais próxima, Crotone.

De salientar que o barco terá partido da Turquia, há cinco dias. Na embarcação, seguiam cidadãos iranianos, paquistaneses, somalis e afegãos.

Reações a esta tragédia multiplicam-se

O Presidente italiano, Sergio Mattarella, já reagiu à tragédia e recordou as "dezenas de pessoas, incluindo crianças, que perderam as suas vidas".

O chefe de Estado pediu à União Europeia para assumir "a responsabilidade de governar o fenómeno migratório, de modo a afastá-lo dos traficantes de seres humanos".

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, também já se manifestou nas redes sociais e mostrou-se profundamente triste com esta tragédia.

"Estou profundamente triste com o terrível naufrágio ao largo da costa da Calábria. A consequente perda de vidas humanas de migrantes inocentes é uma tragédia", começou por referir.

Juntos, devemos redobrar os nossos esforços relativamente ao Pacto sobre Migração e Asilo e também em relação ao Plano de Acção para o Mediterrâneo Central.
Ursula von der Leyen
Presidente da Comissão Europeia

Na rede social Twitter, António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, fala em "mais um terrível naufrágio que custou a vida a dezenas de pessoas", reiterando a necessidade de "rotas seguras e legais para os migrantes e refugiados".

De acordo com grupos de monitorização, mais de 20 mil pessoas morreram ou desapareceram no Mediterrâneo central, desde 2014.

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