Refugiados ucranianos em Espanha vivem incerteza

Criança ucraniana numa manifestação em Pamplona
Criança ucraniana numa manifestação em Pamplona Direitos de autor Alvaro Barrientos/AP
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De  Jaime Velázquez
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A taxa de emprego dos ucranianos em Espanha é muito menor que noutros países da Europa. Muitos vão regressando ao país de origem.

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Inna veio para Espanha com a filha para fugir da guerra na Ucrânia. Depois de alguns meses num centro de acolhimento, vive agora com uma família espanhola. Tal como o resto dos concidadãos, está muito grata pela ajuda recebida do governo, das ONG e da sociedade espanhola, embora um ano após a invasão russa, muitos refugiados ucranianos ainda estejam com dificuldade para se estabelecerem em Espanha.

"O primeiro obstáculo é obviamente a língua. Não conseguiria encontrar um emprego sem conhecer a língua. É por isso que estou a aprender espanhol. Depois, há o problema da validação do diploma", conta esta refugiada de Kharkiv.

Não conseguiria encontrar um emprego sem conhecer a língua.
Inna
Refugiada ucraniana

Apenas 14 mil refugiados - cerca de 15% - encontraram emprego em Espanha, em comparação com uma média de 40% na Europa. Muitos deles, como Kseniia, sobrevivem das poupanças ou da ajuda desinteressada das famílias e ONG.

Há 160 mil ucranianos a quem foi concedida proteção temporária, mas 60 mil ainda não estão registados num endereço espanhol. Cerca de 20 mil continuam a viver em apartamentos e centros de acolhimento.

Yuriy Chopyk, presidente da principal associação da comunidade ucraniana em Espanha, diz que "há muitos ucranianos deslocados que não têm casa, que vivem com os familiares ou amigos que vivem em Espanha".

Famílias regressam à Ucrânia

Milhares de pessoas foram forçadas a regressar à Ucrânia ou a mudarem-se para outros países que oferecem mais oportunidades de emprego e ajuda financeira direta, tanto para os refugiados como para as famílias de acolhimento.

As associações ucraniana e espanhola exigiram alguma ajuda financeira direta para os deslocados de guerra. O Governo espanhol prometeu-lhes um subsídio mensal de 400 euros, que só agora começa a chegar.

Diz Conrado Giménez, presidente da Fundação Madrina: "Não podemos compreender como é possível que a ajuda financeira que já foi aprovada há muito tempo ainda não tenha chegado aos beneficiários um ano depois".

Como é possível que a ajuda financeira que já foi aprovada há muito tempo ainda não tenha chegado aos beneficiários um ano depois?
Conrado Giménez
Presidente da Fundação Madrina

Como pelo menos 22 mil pessoas já fizeram desde agosto, as famílias ucranianas estão a regressar. Quem sabe se regressarão às suas casas - se ainda estiverem de pé - ou por quanto tempo.

À medida que o Kremlin intensifica a sua ofensiva contra a Ucrânia, a Europa terá de se preparar mais uma vez para outro possível êxodo ucraniano com dezenas de milhares de pessoas deslocadas.

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