Crise migratória em Itália coloca migração na agenda de Bruxelas

Barco da Guarda Costeira italiana
Barco da Guarda Costeira italiana Direitos de autor Valeria Ferraro/AP
De  Giorgia Orlandi & Euronews
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Líderes europeus vão debater a gestão dos fluxos migratórios na União Europei,a na cimeira que decorre até amanhã em Bruxelas.

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Os líderes da União Europeia reúnem-se esta quinta-feira em Bruxelas para uma cimeira de dois dias, em que a migração volta ao topo da agenda política. A gestão dos fluxos migratórios vai estar em cima da mesa dado o aumento das entradas irregulares no bloco comunitário.

Só em Itália, as chegadas mais do que duplicaram nos primeiros meses de 2023, em comparação ao mesmo período do ano passado. Após mais de 80 pessoas terem morrido no recente naufrágio ao largo da costa sul do país, a primeira-ministra Giorgia Meloni apelou a uma intervenção da União Europeia.

Apesar de Itália seja vista como um país de trânsito pelos migrantes que chegam à Europa, quem decide ficar acaba muitas vezes por se ver preso num limbo.

Estima-se que em Roma, existam cerca de uma centena de acampamentos informais. De acordo com a ONG Baobab Experience, a maioria das pessoas que vive lá dentro são requerentes de asilo que preferem viver nas ruas nas situações mais precárias do que permanecer em centros de acolhimento.

Alice Basiglini, porta-voz da organização não-governamental, explica porquê.

"Estas pessoas são colocadas em centros de acolhimento especiais degradados e sobrelotados, em que têm de partilhar a casa de banho com diferentes pessoas, com dormitórios superlotados e em condições em que não existem serviços de apoio".

A Boabab Experience já conseguiu tirar alguns migrantes das ruas. Hamdi chegou a Itália há dois anos vindo da Tunísia. Hoje, considera que teve sorte por ter escapado ao pior.

"Não queria acabar a viver na rua, porque 90% dos jovens que dormem nas ruas vão traficar drogas. Porque essa é a única solução".

O governo de Giorgia Meloni tem defendido uma maior ação da Europa para evitar a saída de migrantes dos países de origem. Os Estados-membros prometem apertar o cerco à migração, com mais vigilância e meios nas fronteiras externas.

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