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Acompanhado pela “Orquestra Filarmónica”, Daniel Barenboim tocou recentemente os concertos para piano de Franz Liszt, no La Scala de Milão. 2011 marca o bicentenário do nascimento do compositor e pianista húngaro.

“Música” esteve presente nos ensaios e no concerto, sob a batuta de um jovem e talentoso maestro: Omer Meir Wellber.

A admiração pelo trabalho do maestro Barenboim data da infância: “Recordo-me dos tempos em que era ainda criança, quando planeávamos as nossas viagens de família para a Europa em função dos concertos Barenboim: “Vamos para Paris porque Barenboim está lá! Vamos para Munique”, conta Omer Wellber.

O jovem aprendiz de maestro acrescenta: “Tornar-me assistente de Barenboim e, mais do que isso, ter a oportunidade de estar perto de alguém como ele, é algo que muda completamente uma vida. Não estou só a falar de música, mas também de política e de muitas outras coisas. Ter um maestro faz uma grande diferença. Ele é muito generoso. Por isso, enquanto assistente, querendo, pode-se ter tudo. Pode-se estudar, aprender. Ele dá-nos muito tempo.”

Omer Wellber diz que o facto de ter um “padrinho”, não impede que tenha de prestar provas de fogo constantes: “Pode muito bem ser-se o “protegido”, mas eventualmente será essa pessoa a estar à frente da orquestra. Agora, nessa altura, é ainda melhor. Eu sou aquele que fica em frente à orquestra, mas tenho-o ali ao lado, por isso pode-me dar dicas, pode dizer algo que muda completamente a atmosfera da peça. Isto é bom. Só temos de estar calmos e aprender.”

Aos 29 anos de idade, Wellber sente-se “abençoado” por estar a trabalhar com alguém como Barenboim: “Sou um privilegiado por tentar e por fazê-lo aproximar-se o mais possível da orquestra. Muitas coisas surgem de forma natural, porque no momento em que o pianista começa a tocar e se sente imediatamente uma espécie de articulação, isso muda a próxima barra da orquestra, porque eles ouvem e vêm. Por outro lado, penso que também é preciso criar uma certa espécie de atmosfera aqui, articulação ali. Isto é tudo muito ruidoso. Quero que ele esteja inserido num ambiente o mais homogéneo possível, tal como ele diz a toda a hora: “Todos vão pensar o mesmo”. Não importa o que cada um faz, pensamos todos da mesma maneira, caminhamos todos na mesma direção.

Ainda não estou bem lá. Ele está, obviamente, mas, pelo menos, estou-me a esforçar por isso.”

O esforço e dedicação, aliados ao apoio do conceituado Daniel Barenboim, prometem fazer Omer Meir Wellber um nome de referência no mundo artístico.

Nesta entrevista é possivel ouvir excertos do Concerto para piano nº2 de Franz Liszt.

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