Lohengrin abre temporada do La Scala

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Lohengrin abre temporada do La Scala
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O Teatro La Scala, em Milão, abriu a temporada com Lohengrin de Wagner. Em 2013 assinala-se o bicentenário do nascimento do compositor.

O tenor alemão Jonas Kaufmann encarna o cavaleiro do cisne e um guardião do Santo Graal. “Eu absorvi Wagner quase com o leite materno. Em criança esteve constantemente no meu background. Quando se tem acesso a essa música, gota a gota, enraíza-se fortemente em nós. Mais tarde, quando a estudei, houve tantas coisas de que me recordei, coisas que pensei que já estavam enterradas”, diz Kaufmann.

A ópera é dirigida por Daniel Barenboim.

Actuar no Teatro La Scala é um sonho para qualquer artista. Jonas Kaufmann ainda se lembra da estreia em 1999: “Foi extremamente marcante para mim. Antes de a cortina subir, podia ouvir-se a abertura… e eu pensei: ‘Oh meu Deus, estou no palco do La Scala’”.

A ópera mais triste de Wagner é sobre a confiança e a procura da verdade.

A filha do duque de Brabante, Elsa, é falsamente acusada de fratricídio. Um cavaleiro desconhecido aparece para salvá-la, mas avisa-a que nunca poderá perguntar o seu nome. No entanto, Elsa coloca a pergunta proibida e ele tem de partir para sempre…

O papel de Lohengrin é bastante exigente, já que a personagem está dividida entre a missão e o amor: “Há, frequentemente, estes momentos em que o herói aparece como um raio – dois ou três momentos que são muito duros, mais como um negócio – e depois desaparece, simplesmente, e, uma vez mais, é o amante, que, obviamente, se apaixonou pela Elsa e que quer protegê-la. A missão passa cada vez mais para segundo plano e os sentimentos para primeiro”.

“Eu gosto das falhas desta personalidade, da complexidade da personagem. Acho que representar apenas um super-herói, sem falhas, é algo extremamente aborrecido. É muito mais interessante desempenhar alguém que tem muitas facetas diferentes, que se guia pelas suas emoções”, afirma o tenor.

“Para mim, pessoalmente, um dos momentos mais bonitos é um dos últimos da ópera, quando o cisne regressa. Isso é tão frágil, suave, delicado, não resta nada do glamour e da glória do herói, nada a não ser o pequeno ser humano, que sabe que falhou”, conclui Kaufmann.

Bonus interview: Jonas Kaufmann

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