Primavera Sound'16, d-3: PJ Harvey encantou o que o Rock conquistou

Primavera Sound'16, d-3: PJ Harvey encantou o que o Rock conquistou
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De  Francisco Marques
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A euronews esteve em Barcelona para antecipar o que de melhor o festival espanhol vai apresentar no prolongamento do Porto já a partir de quinta-feira. O terceiro e último dia do “súper cartel” catalão acabou a pedir por mais, mas a maratona chegou ao fim.

Café, hidratos de carbono e chegada ao Parc del Fórum já depois das 20 horas. O último dia da 16.a edição do Primavera Sound de Barcelona começou, para nós, a meio do concerto de Brian Wilson. O músico dos Beach Boys interpretou o álbum “Pet Sounds”, num projeto que vai levar também ao Porto, já na sexta-feira.

A plateia gostou. Nós também. A boa disposição no palco foi contagiante e o recinto diante do palco principal do PS’2016 tornou-se numa pista de danças de salão em que só faltaram, imagine-se, toalhas de praia e pranchas de surf. “Good Vibrations”, I Get Aound” ou “Surfin’ USA” ajudaram à festa desta reunião de gerações.

Brian Wilson enceta el concert al Primavera_Sound</a> amb el mític Wouldn&#39;t it be nice del Pet Sounds. <a href="https://t.co/N3M1FNRTP0">pic.twitter.com/N3M1FNRTP0</a></p>&mdash; CatInfo Cultura (Cati_Cultura) 4 de junho de 2016

#MÚSICA | Momentos Primavera_Sound</a> <a href="https://twitter.com/hashtag/Barcelona?src=hash">#Barcelona</a> 2016 | ouvia-se &quot;Surf in USA&quot;, <a href="https://twitter.com/BrianWilsonLive">BrianWilsonLive (Beach Boys) pic.twitter.com/DRH0ZIS7FA

— Francisco Marques (@FrMarques4655) 4 de junho de 2016

Mudámo-nos para o concerto de Richard Hawley. Já só ouvimos os últimos momentos, mas o suficiente para perceber que terá sido um belo concerto de Rock. A celebração do público não enganava naquele que para nós era o melhor palco do recinto (uma plateia ampla com bancadas em fundo e uma visão de qualidade de qualquer parte e com boa acústica).

Cerca de 300 metros a norte, assistimos num dos palcos mais pequenos ao início do concerto dos Los Chichos, projeto espanhol dos anos 70 e 80 descritos como os “reis da Rumba”. A adesão de público foi massiva. Na larga maioria espanhóis e conhecedores das letras. A festa estava armada, assistimos a uma parte e partimos em busca da rainha da noite.

PJ Harvey longe da guitarra

Ainda com Deerhunter em palco, seguimos em busca do melhor lugar para o reencontro, quase 13 anos depois de Paredes de Coura, com PJ Harvey. Dados os últimos anos discográficos de Polly Jean, tínhamos algum ceticismo quanto à repetição de uma descarga Rock. Confirmou-se.

.PJHarveyUK</a> wowed everyone at <a href="https://twitter.com/hashtag/primaverasound?src=hash">#primaverasound</a><br>Pic: Eric Pàmies <a href="https://t.co/lRw2Z6Ei5G">pic.twitter.com/lRw2Z6Ei5G</a></p>&mdash; Primavera Sound (Primavera_Sound) 4 de junho de 2016

A voz revelou-se a mesma de sempre, mas a energia e a vibração contagiante de outros tempos perdeu-se. Ainda assim, mesmo sem pegar na guitarra e a arriscar apenas no saxofone, PJ Harvey, acompanhada de mais 9 músicos em palco, incluindo o fiel amigo John Parish, encantou no Primavera Sound, terminando a atuação com algumas evocações do passado brilhante como “50ft Queenie” e “Down by the Water”. É este o espetáculo que se deve esperar, sexta-feira, também no Porto.

Esperámos alguns minutos pelos Sigur Rós para tentar perceber o “hype” em torno destes islandeses. Confirmámos as suspeitas de que este é um projeto para outros contextos, para ambientes fechados, para concertos em nome próprio.

Destaque à parte para a parafernália de luz e imagem que preenche o palco dos Sigur Rós: impressionante. No Porto, atuam já quinta-feira, antes dos Animal Collective e sem rivalidade noutros palcos.

Descarga Rock para fechar

A caminho dos Parquet Courts e já com Chairlift fora de rota, não chegámos ao destino. Culpa dos Money for Rope. A atuar no palco de novos projetos, NightPro, estes australianos praticam um Rock musculado, suportado em duas baterias, um baixo potente e numa energia contagiante. Fomos incapazes de arredar pé. Finalmente, um momento de puro Rock.

#MÚSICA | Há grandes nomes e concertos e por x os 2 em 1. Os moneyforrope</a> serão grandes 1 dia, o concerto já é <a href="https://t.co/jZCRoxAZnK">pic.twitter.com/jZCRoxAZnK</a></p>&mdash; Francisco Marques (FrMarques4655) 4 de junho de 2016

Seguia-se não muito longe, e já à beira das 02h da manhã, o esperado reencontro com Ty Segall. Pouco mais de 5 anos após termos assistido, no Barreiro Rocks, em Portugal, ao primeiro concerto em solo europeu deste jovem Rocker norte-americano, descobrimo-lo com um estatuto reforçado. De promessa do Garage Rock, a confirmação à frente dos Muggers, onde figura o colaborador já de longa data Mikal Cronin.

Com recurso a uma estranha máscara de bebé, Segall assume uma dupla personagem em palco. Longe do introvertido músico que atuou no Barreiro, não hesitou em “surfar” várias vezes sobre o mar de gente que se foi avolumando diante do palco.

Sem surpresa acabou com uma plateia muito bem composta, com a colaboração imprevista de um fã que tomou conta do microfone e um “encore”, coisa pouco vista neste PS’2016. No Porto, Ty Segall fecha um dos palcos no último dia, sábado.

Para nós, em Barcelona, foi trocar as fichas enquanto estávamos a ganhar. Um grande concerto para encerrar 3 dias de maratonas entre os mais de 10 palcos do Primavera Sound. Os Moderat ainda atuavam, faltava por exemplo Pantha du Prince entrar em cena, mas… está feito: o Primavera Sound de Barcelona está arrumado.

Cerca de “3 mil quilómetros” depois (é o que sentem as nossas pernas, pelo menos), acabou a maratona. O Rock venceu por KO no último assalto. A festa segue já a seguir, no Porto.

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