Lyon: A Bienal que "reinventa a obra de arte"

Lyon: A Bienal que "reinventa a obra de arte"
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O efémero, o gesto, a noção de tempo são apenas alguns dos caminhos explorados.

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“Mundos flutuantes” – é o tema da edição deste ano da Bienal de Arte Contemporânea de Lyon. O efémero, o gesto, a noção de tempo são apenasalguns dos caminhos explorados.

“Os artistas que reunimos nesta bienal ampliaram ao máximo o conceito de obra de arte. As obras deixaram de ser estáticas. Pode ser apenas um tecido que flutua no vento, pode ser uma peça musical, pode ser uma floresta dentro de uma escultura modernista. Ou seja, temos realmente artistas que reinventam a natureza da obra de arte”, afirma a curadora Emma Lavigne, diretora do centro Pompidou-Metz.

A artista austríaca Susanna Fritscher apresentou uma instalação sonora com tubos de plástico rotativos, acompanhada de um concerto improvisado de violoncelo. “Não se trata de expressar uma ideia. Assenta mais em criar algo neste espaço cuja perceção é alterada pelo público de acordo com os sons ouvidos”, aponta.

#LaraAlmacergui will deconstruct the power relations imposed by architecture and reveal invisible structures for the #BiennaleLyonpic.twitter.com/6s7HrjpQum

— La Biennale de Lyon (@BiennaleLyon) 26 July 2017

“1968 The fire of Ideas” – é o título do trabalho de Marcelo Brodsky, ativista dos direitos humanos argentino, que mistura pintura e fotografia para retratar a escalada dos conflitos políticos e sociais. Segundo o autor, “as ideias de ’68 influenciaram todos nós, todas as gerações futuras, inspiraram-nos a acreditar num futuro melhor. E, na altura, achávamos que o futuro seria mesmo melhor. Hoje em dia, já não temos tanta certeza”.

O americano Ari Benjamin Meyers criou um grupo de rock efémero, isto é, as músicas são ensaiadas ao longo da bienal, há um concerto no fim, mas nada é gravado e o grupo dissolve-se logo depois. “Estamos a misturar a realidade e a ficção. Por um lado, eles tocam realmente, é uma banda. Por outro, é uma banda falsa. Num dado momento, é real, mas há um storytelling de um grupo chamado ‘The Art’”, explica Meyers.

O francês Julien Creuzet mostra-nos uma composição feita de esculturas e intervenção textual para fazer eco da experiência da diáspora da ilha da Martinica. “Há aqui vários objetos que representam a complexidade do mundo: a imigração, a guerra, o terrorismo, a fome, a neocolonização, a descolonização, a colonização… Tudo isto fabrica o mundo em que vivemos”, salienta Creuzet.

Estão presentes 80 artistas vindos de 23 países. Para ver em Lyon, até janeiro.

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