"Japonismo": dança e tambores japoneses em destaque em França

"Japonismo": dança e tambores japoneses em destaque em França
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Este ano, a França e o Japão celebram 160 anos de relações diplomáticas. Para assinalar a data, a França organiza 'Japonismos 2018'.

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Este ano, a França e o Japão celebram 160 anos de relações diplomáticas. Para assinalar a data, a França organiza ‘Japonismos 2018’.

A programação do evento integra exposições espetáculos e ateliês. Mas, o que é o “Japonismo”?

“O Japonismo é o Japão e a sua história. Era uma vez o Japão… Olhamos também para o futuro. É um Japão de sonho. Teremos muitos artistas por toda a cidade. Se o público quiser, vai poder viver como se estivesse no centro de Roppongui em Tóquio”, explicou Didier Fusillier, diretor da La Villette, em Paris, uma das instituições francesas envolvidas no evento.

O tambor japonês é uma das tradições que o público francês vai poder conhecer de perto graças ao primeiro espetáculo, em França, do grupo Drum Tao.

“Na origem, o grande tambor japonês servia para ritmar as orações e motivar as tropas, no campo de batalha”, explicou o diretor e fundador do grupo japonês Drum Tao.

O grupo de tambores japoneses Drum Tao é oriundo da aldeia de Tao, em Oita, no sul do Japão. Todas as manhãs, os elementos do grupo começam a treinar às seis, antes do nascer do sol.

“A primeira vez que ouvi o som do wadaiko, pareceu-me um som forte mas agradável e reconfortante. Tinha a impressão de que o meu ADN e as minhas células interagiam com a sonoridade do instrumento. Era como se as minhas células tremessem. Senti que o instrumento tinha o poder de despertar sentimentos”, confessou Arisa Nishi, líder do grupo Drum Tao.

No final dos anos 90, Ikuo Fujitaka, fundador do grupo Drum Tao apresentou uma coreografia aparatosa à semelhança dos espetáculos de Las Vegas. Os adeptos da tradição consideraram que a obra era um escândalo. Mas isso não desmotivou o grupo. Depois de digressões por vários países, os Drum Tao tiveram sucesso no Japão. Fiel ao espírito iconoclasta, Ikuo Fujitaka decide escolher uma mulher para liderar a equipa.

“Na nossa mitologia, dizemos que o Japão foi criado pelo Deus Yaorozu sob as ordens da Deusa Amaterasu. Nos meus espetáculos, há sempre essa deusa que dá ordens aos homens machistas. É uma escolha. Quero colocar a mulher no primeiro lugar. E por isso tinha de haver uma mulher a liderar o grupo”, explicou Ikuo Fujitaka.

Os samurais estão presentes nos nossos espetáculos porque a alma ou o espírito samurai no Japão é algo muito important. Tentamos expressá-lo através do som do tambor japonês. Queremos criar um espetáculo que desperte o espírito samurai que foi um pouco esquecido pelos jovens de hoje”, contou Arisa Nishi, a líder do grupo.

O folclore japonês em Paris

No capítulo da dança, o Japão vai apresentar, em França, a dança Yosakoi. “O Yosakoi foi criado em 1954 depois da guerra, para dar ânimo aos habitantes da cidade de Kochi, através da dança”, contou Yu Shimasaki, líder do grupo de dança Junintoiro.

O grupo Junintoiro é oriundo de Kochi, uma cidade situada na ilha japonesa de Shikoku. A antiga ilha de pescadores continua a ser conhecida pelas especialidades gastronómicas à base de peixe e algas.
Desde os anos 50, tornou-se célebre graças a um grande festival de folclore organizado no início de março.

“Tanto as pessoas idosas como as crianças dançam o Yosakoi. Esta dança faz parte do estilo de vida local, as pessoas adoram esta dança e praticam-na desde a infância”, explicou a bailarina Ai Urata.

“No Japão, há muitos festivais mas a maioria dos festivais é tranquila, enquanto no festival Yosakoi pessoas de todas as idades podem participar livremente. Quis criar uma equipa com um espírito de união para sermos os melhores do Japão. O nosso lema, desde há vinte anos, é: ‘cem dias de treino, o resultado de um instante’”, disse o diretor do grupo Akira Takahashi.

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