A ópera cómica e fantástica de Otto Nicolai em Berlim

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De  Katharina Rabilloneuronews
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A ópera Estatal de Berlim inaugurou a temporada com uma ópera cómica alemã baseada numa obra de Shakespeare.

A ópera Estatal de Berlim inaugurou a temporada com uma ópera cómica alemã baseada numa obra de Shakespeare.

"As Alegres Comadres de Windsor" do compositor alemão Otto Nicolai inspira-se na peça homónima do dramaturgo inglês William Shakespeare. "Esta obra faz parte do ADN deste país. Humor alemão em estado puro", sublinhou Daniel Baremboim, maestro da Ópera Estatal de Berlim.

O baixo alemão René Pape veste a pele do jovial Falstaff. "O humor alemão existe! A peça inspira-se em Shakespeare mas somos, sem dúvida, um povo divertido. Esse humor vê-se na composição de Otto Nicolai. A ópera inclui citações de outras obras num tom muito ligeiro".

René Pape tornou-se conhecido pelos papéis em óperas de Wagner. Pela primeira vez, subiu ao palco na pele de Falstaff, este outono, em Berlim. "O que eu aprecio na personagem é que ela tem um lado desajeitado mas ao mesmo tempo é um pateta simpático. Na minha interpretação, é um homem que às vezes se questiona", sublinhou o baixo alemão.

O baixo alemão René Pape na Ópera Estatal de Berlim

Ópera cómica e fantástica

Otto Nicolai apelidou a obra de ópera cómico-fantástica. "A parte fantástica é a do coro da lua, no final do terceiro ato, com elfos, mosquitos e moscas. É como um conto de fadas", contou René Pape. A ópera estreou na Ópera Estatal de Berlim, em 1849. O compositor alemão morreu poucos meses depois. Apesar de ter morrido ainda jovem, aos 38 anos, marcou a história da música erudita europeia. "O Nicolai era uma personalidade muito importante. Nascido na Alemanha, trabalhou muito em Viena. Foi ele que fundou a Filarmónica de Viena", frisou Baremboim.

Dois mundos à volta da piscina

A obra foi encenada por David Bosch. "Temos dois mundos. Por um lado, o mundo burguês das mulheres de Windsor que, para passar o tempo, se divertem com um homem totalmente diferente delas. E, ao mesmo tempo, temos o mundo de Falstaff, o mundo de um homem que não quer viver uma vida burguesa", explicou o encenador alemão. "No terceiro ato, há uma tentativa de desintegrar os dois mundos. A piscina permanece no palco rodeada por uma paisagem vazia e os diferentes mundos tornam-se num só mundo fantástico", acrescentou David Bosch.

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