Artemisia Gentileschi, pintora italiana do séc. XVII, violada pelo tutor quando tinha 17 anos, inspira feminismo pela obra e postura em tribunal, onde se submeteu à tortura.
Foi uma das pintoras italianas mais bem-sucedidas do estilo barroco no séc. 17 e é hoje fonte de inspiração feminista. O seu trabalho está exposto na Galeria Nacional de Londres.
A vida e obra de Artemisia Gentileschi ficaram marcadas por uma violação que sofreu do seu tutor aos 17 anos.
A transcrição de 400 páginas do seu testemunho em tribunal está também em exposição.
Letizia Treves, curadora, explica que "ela concordou submeter-se a uma tortura judicial, era a única maneira de provar que dizia a verdade, ela sabia isso. Vemos a maneira como ela obedece e, de certa forma, responde às questões do juiz com uma pose incrivel para uma miuda de apenas 17, 18 anos... Depois vemos também o seu espírito nalgumas das respostas - temos que recordar que isto desenrola-se em frente a Agostino Tassi, que a violou - ela parece fazer chacota enquanto é amarrada e torturada com uma corda em torno dos dedos. Ela diz-lhe: - Este é o anel que me prometeste, esta foi a tua promessa".
O seu tutor, com forte influencia no clero, foi condenado a um ano de prisão mas nunca cumpriu, pois ganhou o recurso.
A obra de Gentileschi é única e as suas pinturas lidam com o tema de género género e poder.
Para ver na Galeria Nacional de Londres até janeiro.