A "cultura dos sonhos" é o lema do festival que vai apresentar em sala, com exibições tradicionais, mais de 60 filmes, num gesto de apoio ao cinema apesar da Covid-19
O Festival de Cinema de El Gouna vai na quarta edição. É um dos mais jovens festivais de Cinema do mundo e manteve o programa apesar da pandemia. A estância egípcia do Mar Vermelho voltou a receber centenas de pessoas para a cerimónia de abertura, esta sexta-feira.
A organização justifica a opção pela manutenção de um festival presencial com o estado atual do setor. Para Entishal Al Tamimi, o director, "não é possível apoiar o cinema e a sua missão sem festivais, especialmente o cinema independente".
Com o exemplo do que já tinha sido feito em Veneza, o festival diz ter imposto regras sanitárias restritas, mas o uso de máscara não é obrigatório.
A atriz egípcia Yousra diz que este festival é um exemplo de sobrevivência. E defende que é preciso "aprender a viver e a lidar" com a Covid-19.
Ao contrário do que aconteceu em edições anteriores, a cerimónia de abertura teve este ano poucas presenças internacionais. Exceção para Gérard Depardieu. O ator francês recebeu o prémio de carreira.
O filme The Man Who Sold His Skin, do tunisino Kaouther Ben Hania, teve honras de abertura do festival. Conta a história de um refugiado sírio que se deixou tatuar em troca de viagens do Líbano até França.
O protagonista explica que a viagem da personagem é também uma viagem de descoberta da condição de refugiado. Para Yahya Mahayni essa descoberta levou o filme a alcançar uma ingenuidade singular.
Com o lema da "Cultura dos sonhos", o festival vai apresentar ao longo de 9 dias mais de 60 produções.