Realizador americano trouxe "Armageddon Time" a Lyon
Um dos maiores autores do cinema americano veio conhecer o local onde o Cinema nasceu.
James Gray chegou a Lyon para participar no Festival Lumière mas também para descobrir o mítico sítio onde tudo começou. Trouxe na bagagem o filme "Armageddon Time", que estreou no Festival de Cannes, no passado mês de maio.
Oportunidade para falar com um realizador com uma visão muito própria do estado da Sétima Arte.
"É um erro pensar que uma arte vai existir para sempre. Ainda não conhecemos a história do cinema, ainda é muito recente. Parte do problema é quando o mercado se torna Deus e não há nada para contrabalançar. As empresas começam a consolidar o poder que têm e as pessoas são levadas a questionar as suas próprias expetativas. Infelizmente, Hollywood fez um trabalho fantástico em impor a sua visão do Cinema ao resto do mundo", considera o autor.
Em "Armageddon Time", Gray apresenta-nos uma história de contornos autobiográficos, passada numa Nova Iorque dos anos 80, no seio de uma família de Queens que se debate com as desigualdades sociais, o antissemitismo e o triunfo do liberalismo.
"Talvez a distância em relação ao passado nos permita ver as coisas mais claramente. A História é como descascar uma cebola, nunca chegamos realmente ao núcleo, é interminável. A culpa não é de ninguém especificamente, todos nós damos o nosso pequeno contributo para a catástrofe coletiva", afirma.
Anne Hathaway, Jeremy Strong e Anthony Hopkins conduzem-nos nesta última incursão pelos Estados Unidos de James Gray.