Curta-metragem iraniana nomeada para os Óscares

O filme iraniano "The Red Suitcase" ("A Mala Vermelha") acaba de ser nomeado para o Óscar de Melhor Curta-Metragem.
A história centra-se em torno de uma jovem mulher proveniente do Irão que se encontra num aeroporto europeu e enfrenta o dilema de retirar ou não o véu.
Cyrus Neshvad, nascido no Irão mas de nacionalidade luxemburguesa, é o realizador deste filme, produzido mais de um ano antes da morte de Mahsa Amini em Setembro passado.
"O Irão é um belo corpo, que está infectado por um vírus. Sim. E o vírus está a comer este corpo. Uma vez o vírus expulso, o corpo voltará a florescer", afirma o realizador desta curta-metragem, Cyrus Neshvad.
O cineasta escolheu uma actriz franco-argelina para interpretar a jovem mulher, símbolo da situação no Irão, mas que representa muito mais do que isso, o direito das mulheres a controlarem os seus próprios corpos.
"Para mim, trata-se de todas as mulheres. Como se renuncia à servidão das escolhas próprias?
Trata-se de escolher-se a si próprio. O que escolho para mim? Será que ouço a minha família? Será que faço as minhas próprias escolhas? E isso, penso eu, é comum a todas as culturas", afirma a atriz Nawelle Eveillard-Ayad.
A nomeação ao Óscar é um grande golpe de publicidade para o filme, e para a causa das mulheres no Irão.
A cerimónia dos Óscares terá lugar a 12 de Março em Los Angeles.