Subida do nível do mar acelera com derretimento do gelo na crosta terrestre

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O gelo está a desaparer no Ártico, na Gronelândia e na Antártida.

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O gelo está a desaparecer no Ártico, na Gronelândia e na Antártida. Segundo os cientistas, o problema não é o derretimento do gelo marinho no Ártico porque esse gelo já flutuava no oceano. O problema é o derretimento do gelo nas terras. É o derretimento desse gelo que provoca a elevação do nível do mar. Segundo os cientistas entrevistados pela euronews, esse fenómeno está a acelerar.

A subida do nível do mar

"Quanto mais aprendemos sobre a Antártida e a Gronelândia, pior nos parece o futuro", disse à euronews Anders Levermann, professor de dinâmica dos sistemas climáticos no Instituto Potsdam para a Investigação sobre o Impacto Climático.

O cientista alemão Anders Levermann simulou a subida do nível do mar em função do derretimento do gelo no Antártida.

As projeções mostram que, com o aumento atual da temperatura, de um grau, o nível do mar deverá subir dois metros e meio, daqui a algumas centenas de anos.

"A primeira coisa que acontece, e, já está a acontecer, é que a Antártida Ocidental está a tornar-se instável. Perdemos o gelo da Antártida Ocidental. E a partir de cerca de dois ou três graus de aumento da temperatura, a Bacia Wilkes na Antártida Oriental torna-se instável e também perde gelo”, afirmou Anders Levermann.

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Anders Levermann, professor de dinâmica dos sistemas climáticos no Instituto Potsdameuronews

O colapso do glaciar de Thwaites

Os cientistas estão preocupados com o colapso do enorme glaciar de Thwaites, na Antártida, o que pode levar a um aumento repentino do nível do mar de mais de 60 centímetros. Investigadores britânicos descobriram recentemente que as águas mais quentes estão a provocar o derretimento do glaciar.

"A água quente está a penetrar na extensão de gelo flutuante e está a derretê-la. É um problema extremamente importante porque a plataforma de gelo flutuante limita o fluxo do gelo na terra. Quando a plataforma de gelo começa a dissolver-se, o gelo da terra flui mais rapidamente e ficamos com mais gelo no oceano”, disse à euronews Robert Larter, geofísico marinho do British Antartic Survey.

O impacto do aumento da temperatura na Gronelândia

Na Gronelândia, o processo de formação e derretimento de icebergues tem vindo a acelerar nos últimos 20 anos devido às alterações climáticas. Já se observam mudanças.

"No inverno, há neve, o que é normal na Gronelândia. Mas há anos com muita neve e outros com pouca neve. Há muita variação. E também observamos a ocorrência de mais chuva. No total cai a mesma quantidade de neve e chuva, mas, há mais queda de chuva do que de neve”, explicou Ruth Mottram, cientista do clima, do Instituto Meteorológico Dinamarquês.

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Ruth Mottram, cientista do clima, Instituto Meteorológico Dinamarquêseuronews

A inundação das cidades costeiras

Nos últimos cinco anos, o nível do mar tem subido mais de 5 milímetros por ano. Um ritmo que está a acelerar à medida que aumentam as emissões de CO2. Segundo o professor Levermann, as projeções não deixam dúvidas sobre o futuro das cidades costeiras.

“Se houver um aumento da temperatura de quatro graus até o final do século, um cenário provável, o nível do mar deverá aumentar mais de 10 metros, no longo prazo. Isso significa que teremos de abandonar cidades costeiras como Nova Iorque, Nova Orleães, Roterdão e Hamburgo”, afirmou Anders Levermann.

Os dados do Serviço de Alterações Climáticas do Copernicus

Segundo os dados do serviço europeu de Alterações Climáticas Copernicus, no conjunto da Europa, outubro foi o mês mais quente de que há registo, com temperaturas de 1,6 graus acima da média do período 1981-2010.

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ANOMALIA NA HUMIDADE DO SOLOeuronews

Na Europa Ocidental, houve mais humidade e tempestades. A tempestade Alex provocou estragos, inundações e mortes. No mapa seguinte, as áreas a azul mostram que houve mais chuva do que a média do mês passado. No Cáucaso, na Ucrânia e na Rússia, o tempo esteve mais seco do que a média do mês passado.

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ANOMALIA DA PRECIPITAÇÃO, OUTUBRO 2020euronews

O mapa seguinte permite ver a diminuição recorde da extensão do gelo marinho no Ártico. A área a vermelho é muito reduzida para a época. Nos sítios onde devia formar-se gelo marinho não vemos nada. A linha que indica a chamada passagem do nordeste, teoricamente, é uma rota de navegação entre a Ásia e a Europa. Nos últimos quatro meses não teve gelo.

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ANOMALIA NO GELO MARINHOeuronews
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